São Paulo é uma das capitais brasileiras mais visitadas ao longo do ano. Seja para quem viaja a negócios, para compras, para um tour gastronômico ou para aproveitar suas múltiplas opções culturais, entre teatros, museus, cinemas e grandes eventos. O certo é que a cidade recebe, todos os anos, visitantes movidos por interesses diversos e, sobretudo, de perfis sociais e econômicos variados. Há desde aqueles que viajam para aproveitar os restaurantes luxuosos e estrelados e as grandes grifes internacionais àqueles que buscam conhecer a cidade pagando pouco e economizando no que puder. Hoje, o nosso post é voltado para quem quer conhecer um pouco do centro de São Paulo, de um jeito econômico e bem ao estilo “travel like a local” (viaje como um local).


  • Roteiro econômico para conhecer o centro de São Paulo a pé e como um local
Centro de São Paulo à noite. Imagem: Erik Pzado

Centro de São Paulo à noite. Imagem: Erik Pzado

Quando recebo amigos em São Paulo, geralmente faço esse roteirinho com eles – da última vez que o coloquei em prática foi com minha grande amiga blogueira Clarissa Donda, do bacaníssimo Dondeando por aí. Este roteiro é prático, não depende de meios de transportes para se deslocar de um canto para outro e, de quebra, ainda fazemos um pouco de exercício. Antes de partir para o roteiro, dou apenas algumas dicas importantes: use um calçado confortável, leve uma garrafinha de água e uma mochila para colocar as compras (caso você queira levar para casa lembrancinhas ou alguma novidade). As mochilas são mais confortáveis e equilibram melhor o peso nas costas.

  • 1ª Parada: Liberdade
Liberdade, bairro de colonização japonesa em São Paulo. Imagem: Arquivo Jeguiando

Liberdade, bairro de colonização japonesa em São Paulo. Imagem: Arquivo Jeguiando

Nosso ponto de partida é a Liberdade, bairro que reúne a maior colônia japonesa fora do Japão no mundo. O forte da Liberdade são os restaurantes de gastronomia oriental (japoneses, chineses e coreanos principalmente) e as lojinhas dedicadas aos artigos típicos da cultura japonesa (que envolve desde objetos, vestimentas até itens alimentícios como cogumelos, doces feitos a base de feijão, molhos, sake, macarrão específico para o preparo de yakissoba, algas e vários outros itens). O bairro, pontuado por réplicas de lampiões típicos japoneses, conta também com diversas galerias, onde são vendidos artigos importados que vão de bugingangas em geral até camisetas, dvds de desenhos animados raros, brinquedos, miniaturas de vários personagens de quadrinhos, acessórios usados pelos Otakus etc. Para quem gosta de literatura, o bairro também reúne uma série de bons sebos, que vendem livros usados.

Liberdade. Imagem: Arquivo Jeguiando

Liberdade. Imagem: Arquivo Jeguiando

– Melhores dias da semana para conhecer a Liberdade: Se você não tem problema com muvuca, não deixe de conhecer o bairro nos fins de semana. Lá acontece, aos sábados e domingos, uma feirinha dedicada à venda de artesanato e, principalmente, de várias comidinhas de rua: dos deliciosos espetinhos de camarão, passando pelo Yakissoba e chegando até o acarajé.

– Melhor época do ano para conhecer a Liberdade: Por ser um bairro voltado principalmente para os povos de origem oriental, a Liberdade foi escolhida como palco anual da celebração do Ano Novo Chinês, que conta com apresentações culturais, muita música, barraquinhas típicas etc. O evento geralmente acontece no mês de fevereiro.

Feirinha da Liberdade nos fins de semana. Imagem: Arquivo Jeguiando

Feirinha da Liberdade nos fins de semana. Imagem: Arquivo Jeguiando

  • 2ª Parada: Praça e Catedral da Sé

Da Liberdade, o visitante já avista a imponente Catedral da Sé, um dos mais importantes cartões-postais da cidade. Para chegar à Catedral, você caminhará um pouco mais do que 5 a 10 minutos (no plano). O local é aberto à visitação. Caso o visitante tenha interesse em assistir a uma missa, é só consultar os horários disponíveis. Passando pela Catedral, você chegará à Praça da Sé, onde se encontra o marco zero da cidade, ornado por palmeiras imperiais e rodeado de prédios antigos (alguns centenários).

Catedral da Sé, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

Catedral da Sé, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

  • 3ª Parada: Pátio do Colégio

Saindo da Praça da Sé, você terá duas possibilidades de roteiro daqui para a frente: acrescentando o Pátio do Colégio (ou Pateo do Collegio) ou não. Sugiro incluí-lo no roteirinho por sua importância histórica e principalmente pela beleza arquitetônica do local, que está aberto à visitação. O pátio é “um sítio arqueológico, onde foi levantada a primeira construção da atual cidade de São Paulo” (Fonte: Wikipedia). Não deixe de fazer uma visita à edificação e tomar um café por lá.

– Como chegar: Descendo a Praça da Sé, siga para a Rua Boa Vista. Caso você não queira ir ao Pátio do Colégio, pegue a Rua XV de Novembro.

Pátio do Colégio, São Paulo. Imagem: Erik Pzado

Pátio do Colégio, São Paulo. Imagem: Erik Pzado

  • 4ª Parada: Mosteiro de São Bento e Café Girondino

Nosso próximo ponto de parada é o Mosteiro de São Bento, suntuoso e que já acumula mais de 400 anos de história. A visita ao Mosteiro vale a pena pela beleza de sua arquitetura tanto de sua face interna quanto externa. Lá, você ainda poderá ouvir aos cânticos barrocos entoados pelos monges (consulte os horários), mas, infelizmente, não poderá fazer fotos. Tudo ficará na memória, exceto pela fachada que pode ser fotografada.

Mosteiro de São Bento, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

Mosteiro de São Bento, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

Além de uma parada no Mosteiro de São Bento, você pode ainda fazer uma visita a um dos cafés mais antigos e tradicionais de São Paulo: o Café Girondino, localizado em uma esquina, em frente ao mosteiro. Nas década de 20 e 30, o local era frequentado por artistas e grandes donos de cafezais. Não deixe de provar o seu Petit Gateau ou o Cheesecake.

– Como chegar: Seguindo direto pela Rua Boa Vista e dobrando à esquerda em direção ao Largo de São Bento ou pela Rua XV de Novembro, também dobrando à esquerda em direção ao Largo de São Bento.

Mosteiro de São Bento, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

Mosteiro de São Bento, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

  • 5ª Parada: Rua 25 de Março

Saindo do Mosteiro de São Bento, faça o caminho contrário e desça a Ladeira Porto Geral. É o acesso mais fácil para chegar à Rua 25 de Março – um dos maiores centros de compras a céu aberto da cidade e da América Latina. Pessoas de várias partes do país transitam por esta rua à procura de produtos, vendidos sempre a um preço mais baixo, se comparado aos das lojas comuns. Os produtos são vendidos nas opções de atacado e varejo e, para quem busca novidades e preços mais em conta, é fácil encontrar estes dois itens por lá. São vendidos desde objetos de decoração, roupas indianas e árabes, bolsas, sapatos, material para confecção de bijouterias, fantasias diferenciadas para carnaval, artigos para festas, lojas de esportes, tecidos, enxoval de bebês, artigos de cama, mesa e banho etc. É o verdadeiro paraíso da pechincha!

Rua 25 de Março, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

Rua 25 de Março, São Paulo. Imagem: Janaína Calaça

  • 6ª Parada: Mercado Municipal

Para fechar nosso roteiro com chave de ouro, saia da muvuca da 25 de Março direto para o Mercado Municipal ou Mercadão. Atravesse a rua 25 de Março, e siga pela rua Calh. Basílio Jafet até a esquina com a Barão de Duprat. Depois vire a direita na Comendador Assad Abdala. Siga por ela uns 100 metros e pronto, lá estará o Mercadão. Além de vários produtos voltados para o universo de quem curte gastronomia, o local possui vários restaurantes e lanchonetes, onde você poderá, inclusive, provar os famosos Sanduíche de Mortadela e o Pastel de Bacalhau, ícones da gastronomia paulistana.

Mercado Municipal de São Paulo ou Mercadão. Imagem: Janaína Calaça

Mercado Municipal de São Paulo ou Mercadão. Imagem: Janaína Calaça

  • Dicas para uma viagem ainda mais econômica:

Se você está vindo para São Paulo pela primeira vez, seguem algumas dicas para deixar sua viagem ainda mais econômica:

– Busque hospedagens próximas ao metrô. Grande parte dos pontos turísticos da cidade possuem estações próximas e você gastará muito menos em transporte. Fique atento apenas aos horários de pico, em que o metrô está lotado : das 07:00 às 09:00 da manhã e das 17:00 às 19:00 horas.

– Se você busca por hospedagens mais baratas, ficar em hostels é uma boa pedida. Além de serem opções mais econômicas de hospedagem, ainda são ótimos locais para conhecer pessoas de várias partes do país e do mundo. Se você estiver viajando sozinho, pode até ganhar um companheiro de viagem. Veja então algumas dicas de hostels em São Paulo no HostelBookers.

Frutas. Mercado Municipal de São Paulo ou Mercadão. Imagem: Janaína Calaça

Frutas. Mercado Municipal de São Paulo ou Mercadão. Imagem: Janaína Calaça

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Um comentário

  1. Nossa, voltei ao tempo no nosso passeio por lá! :O

    Adorei o roteiro, bem bacana para conhecer uma São Paulo que eu só passava bem batido, entre uma viagem de trabalho e outra!

    Vale dizer que o turismo em Sampa (pelo menos a minha impressão, carioca que sou) está também intimamente ligado à gastronomia e a todas as referências de comida que se encontram em cada um dos cantinhos escondidos da cidade (e que são muitos).

    Então vale dar uma parada na Liberdade e comer um yakisoba ou aventurar-se nas frutas exóticas de lá; comer o célebre sanduíche de mortadela do Mercadão; acalmar as pernas, o estômago e a cabeça na tranquilidade deliciosa do Café Girondino (dica: foco no bolo de laranja! Com café, então: hummmm!)

    Jana, roteiro perfeito! Quando faremos de novo? 🙂

    Bjos,


 

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