Há alguns meses, Erik e eu embarcamos para o sul da Bahia a convite do Cana Brava All Inclusive Resort para conhecermos o resort e a histórica cidade de Ilhéus, uma das mais importantes produtoras de cacau entre os fins do século XIX e início do século XX, que lhe rendeu a alcunha de a “Capital do Cacau”. Imortalizada em alguns dos mais conhecidos romances do escritor grapiúna Jorge Amado, como Gabriela, cravo e canela, Cacau, Terras do Sem Fim, São Jorge dos Ilhéus e Tocaia Grande, Ilhéus resguarda em suas ruas fragmentos de um passado glorioso, representado tanto nos livros de história como em publicações de literatura, tornando-se um destino atraente para quem se interessa por tais narrativas (como eu, por exemplo). 🙂
Durante a nossa viagem, aproveitamos a proximidade de Ilhéus em relação a Itacaré para conhecermos o destino, que figura entre os mais belos do sul da Bahia, marcado por lugares paradisíacos como a Península do Maraú, Boipeba e Morro de São Paulo. Alugamos, então, um carro e decidimos fazer um bate e volta de Ilhéus a Itacaré.
- Como chegar a Itacaré partindo de Ilhéus
Uma das formas mais fáceis de chegar a Itacaré é, sem dúvidas, por Ilhéus. Ou seja, se você quiser conhecer o sul da Bahia, é mais indicado voar para o Aeroporto de Ilhéus/Bahia – Jorge Amado (IOS) do que para o Aeroporto Luís Eduardo Magalhães (SSA), localizado em Salvador.
Como já estávamos em Ilhéus, apenas alugamos um carro (utilizamos o serviço da Fonseca Rent Car e pagamos R$ 100,00 pelo aluguel do automóvel com quilometragem livre) para chegar até Itacaré. O percurso de 72,5 km pela BA-001 dura um pouco mais de uma hora e é tranquilo.
Para quem gosta de fotografar lindas paisagens, deixo a dica de parar nos dois mirantes que ficam no caminho, que mostram praias desertas e paradisíacas. No Mirante 2, ainda é possível praticar voo de parapente.
Conhecendo Itacaré, Bahia
Itacaré, cujo nome “se originou do tupi antigo, significa “jacaré de pedra”, através da junção dos termos itá (pedra) e îakaré (jacaré)” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Itacar%C3%A9). A origem de seu nome está ligada à presença de povos indígenas tupis na região, que chegaram àquelas paragens por volta do ano 1000.
Assim como Ilhéus, Itacaré também foi uma importante produtora do cacau, principalmente entre 1890 e 1940, mas, devido ao assoreamento de seu porto em 1940, o município ficou isolado, dificultando seu crescimento até “a construção da Estrada Parque da Serra Ilhéus-Itacaré em 1998, a primeira estrada realmente ecológica do país” (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Itacar%C3%A9).
Talvez por conta desse isolamento (fomentado pelo assoreamento do porto de Itacaré), a cidade tenha um perfil tão distinto em comparação a Ilhéus. Enquanto, por um lado, temos uma Ilhéus razoavelmente desenvolvida, com ares de cidade grande, temos, por outro, uma Itacaré que guarda ainda o ritmo de uma cidadezinha de interior mesclada ao perfil das vilas de pescador. Itacaré ainda resguarda em suas paragens praias paradisíacas e quase intocadas e o aconchego das pousadas familiares ou das pousadinhas de charme.
Centro Histórico de Itacaré
À beira-mar, o centro histórico de Itacaré é marcado pela presença de casarões coloridos e da Igreja de São Miguel, fundada em 1718. A praia que banha o centrinho é a Praia da Coroinha, onde muitos locais se reúnem para jogar bola ou pescar.
Praia da Coroinha
Como dispúnhamos apenas de um dia para aproveitar ao máximo nossa visita a Itacaré, fizemos paradas em algumas praias da região (nas mais próximas ao centro) para fotos, mas só nos banhamos efetivamente na Praia da Concha (bem próxima à Praia da Coroinha) e na Praia da Ribeira (frequentada comumente por locais).
Nossa primeira parada foi na Praia da Coroinha, que, como citei acima, é a praia da orla de Itacaré. Como há muita circulação de embarcações nas águas que banham a Coroinha e muitas pessoas se reúnem ali para pescar, o local não é indicado para banho. Em suas areias, no entanto, locais costumam se reunir para jogar futebol, vôlei ou capoeira.
Praia da Concha
Logo após à Praia da Coroinha, você encontrará a Praia da Concha, onde fizemos uma parada para banho e para tomarmos algo para nos refrescar.
A Praia da Concha é considerada uma das melhores de Itacaré em termos de infraestrutura. Além de contar com estacionamento (para quem estiver de carro), a praia reúne em seu entorno bares e restaurantes, além de ser uma das praias mais próximas às principais pousadinhas da região. Ou seja, quem estiver hospedado por lá, terá uma praia de águas calmas a poucos minutos de caminhada.
Para quem quiser conferir a lista de cabanas, bares e restaurantes da região, o site Itacaré.com traz uma lista completa do que há por lá: http://www.itacare.com.br/itacare/megabusca.php?lang=pt&theme=night&group=bar_restaurante&loc=Concha
O site também traz uma lista das pousadas de Itacaré: http://www.itacare.com.br/itacare/megabusca.php?lang=pt&theme=hospedagem&group=hospedagem&cat=pousada&loc=Concha
Praia do Resende
Saindo da Praia do Concha, você encontrará a Praia do Resende, que, segundo registros históricos, se tratava da praia preferida da Condessa do Resende, “donatária da capitania de Ilhéus, que havia sido a responsável pela emancipação de Itacaré à categoria de município” (Fonte: http://www.itacare.com.br/itacare/praias/guia.php?lang=pt&praia=resende).
Para chegar à Praia do Resende, basta caminhar por alguns minutos por uma pequena trilha que parte da rua até a areia. Diferente da Praia da Concha, que conta com uma infraestrutura de bares e restaurantes, a Praia do Resende é um lugar para relaxar e apreciar o mar sem grandes interferências.
Praia do Tiririca
Para os entusiastas do surf, a Praia do Tiririca é a mais indicada. Lá, inclusive, acontecem alguns eventos voltados ao esporte, que atrai surfistas de várias partes da Bahia e também do Brasil, à procura de boas ondas.
Assim como a Praia da Concha, a Praia do Tiririca conta com a uma infraestrutura de pousadas, cabanas e, para quem curte andar de skate, há uma pista instalada no local desde 2010.
Praia da Costa
Localizada entre a Praia do Tiririca e a Praia da Ribeira, a Praia da Costa não possui infraestrutura de bares e pousadas (até por ser muito pequena) e não é muito indicada para banho, em função das fortes correntezas que marcam as águas desse trecho do litoral. No entanto, é uma boa praia para quem quer buscar um lugar para relaxar ou meditar.
Praia da Ribeira
A Praia da Ribeira (onde passamos o dia em nossa visita à Itacaré) é a última praia acessível de carro pelo Caminho das Praias. A partir dela, é possível ainda alcançar, por meio de uma trilha, a Prainha, mas, como queríamos otimizar nosso tempo na região, decidimos ficar por ali mesmo.
Chegamos à Praia da Ribeira por meio da indicação de um local, que a apontou como uma das mais belas de Itacaré. E, realmente, ele não nos “vendeu” uma imagem que não condizesse à realidade. A Praia da Ribeira é linda e vale investir umas horinhas por lá.
Como trata-se de uma APA (Área de Proteção Ambiental), a Praia da Ribeira não conta com infraestrutura de pousadas (é proibida a construção de empreendimentos por lá), mas, na areia, o visitante tem à sua disposição uma estrutura de cabanas de praia, que servem desde bebidas a refeições completas. Na ocasião, pedimos um delicioso bobó de camarão, que serviria muito bem três pessoas.
Cercada de Mata Atlântica, a Praia da Ribeira ainda conta com a presença do riacho do Rio Ribeira, que desemboca em uma pequena represa, formando uma piscina de água doce, onde muitos locais costumam se banhar. O local também é ponto de encontro para surfistas iniciantes e para quem curte esportes como arvorismo e tirolesa.
A cocada Favo de Mel
Capítulo à parte dessa nossa ida a Itacaré, não poderíamos deixar de falar de uma simpática vendedora e de suas maravilhosas cocadas, que encontramos em nosso passeio.
Com sua cestinha cheinha de cocadas de sabores variados (maracujá, goiaba, tapioca etc.), essa senhora sorridente percorre as praias de Itacaré a pé para vender os doces, que são produzidos por seu filho. Ele prepara as cocadas, as embala, e ela sai por Itacaré para tentar vendê-las.
Artesã de profissão, ela começou sua vida em Itacaré vendendo bijuterias ao lado de seu marido. Aos poucos, a cocada entrou também para o ramo da família, que aproveita a chegada dos turistas à região para garantir o sustento.
Em nosso bate-papo, dividimos uma cerveja, falamos sobre a cocada Favo de Mel, sobre a bela Itacaré e nos despedimos. Quem sabe, se um dia voltarmos lá, não a encontremos com sua cestinha cheinha de cocadas deliciosas… Quem sabe… Mas, se não conseguirmos voltar a Itacaré por ora, deixamos pelo menos a dica de que, se a virem por lá, provem suas cocadas, batam um papo com ela e, de quebra, mandem um abraço nosso para ela. 😉
- Quer saber mais sobre o sul da Bahia?
– Assista ao nosso vídeo sobre Ilhéus e Itacaré:
– Leia mais sobre o sul da Bahia em:
- Dicas do que ver e fazer em Ilhéus, Bahia: http://jeguiando.com/2015/01/18/dicas-ilheus-bahia/
- Cana Brava Resort (Review): http://jeguiando.com/2014/12/24/cana-brava-resort-all-inclusive-ilheus-bahia/
- Península do Maraú (post índice): http://jeguiando.com/destinos-visitados/nacionais/nordeste/bahia/peninsula-do-marau/
- Na bagagem
Na bagagem, não se esqueça de levar: protetor solar, repelente de mosquito, sapatos confortáveis (chinelos, papetes), roupas de banho e toalha.
O Jeguiando viajou a convite do Cana Brava All Inclusive Resort.
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