Em junho de 2012, Erik e eu pegamos estrada rumo à Praia do Forte, no litoral norte da Bahia, para explorar e conhecer um pouco mais a região e as suas opções de turismo, com o apoio e parceria do Hotel Via dos Corais e da Turisforte – a Associação Comercial e Turística da Praia do Forte. Quando muitos pensam no destino, automaticamente o associam ao Projeto TAMAR, mas vale ressaltar que o local reúne muito mais opções para os visitantes. Opções, inclusive, que justificam uma estadia mais longa, como as várias atividades de ecoturismo e turismo de aventura (muitas delas concentradas na Reserva da Sapiranga), as incursões gastronômicas e uma das mais fascinantes experiências que podem ser vivenciadas por lá: a observação das baleias jubarte. Infelizmente, Erik e eu chegamos um mês adiantado. A temporada das baleias jubarte em Praia do Forte só tem início no mês de julho e se prolonga até outubro, ou seja, não foi dessa vez que as vimos de perto, mas tivemos a oportunidade de conhecer o Instituto Baleia Jubarte e o seu principal projeto – o Projeto Baleia Jubarte.
- Instituto Baleia Jubarte – Praia do Forte, BA
O Instituto Baleia Jubarte (IBJ), fundado em 1996, “é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), que tem como missão “conservar as baleias jubarte e outros cetáceos do Brasil, contribuindo para harmonizar a atividade humana com a preservação do patrimônio natural”. A história do Instituto Jubarte tem seu início, no entanto, muito antes do ano de sua fundação. Segundo Roberta Lana Reis, vice-presidente da entidade, em 1988, no extremo sul da Bahia, na cidade histórica de Caravelas, aconteceram os primeiros cruzeiros para a região para fotografar as jubartes e tentar dar início ao estudo dos cetáceos. A iniciativa aconteceu um ano após a verificação de que havia, em Abrolhos, uma concentração dessas baleias – razão esta que motivou a criação do Projeto Baleia Jubarte, que antecede, inclusive, a própria criação do instituto. A entidade foi criada para dar suporte administrativo financeiro e para receber o primeiro recurso da Petrobras para o patrocínio do Projeto Baleia Jubarte. Hoje, a ONG se dedica também à pesquisa, à conservação da espécie e a fomentar atividades de educação ambiental.
O Projeto Baleia Jubarte (PBJ) é o principal projeto desenvolvido pelo instituto – fundado, oficialmente, em 1996 – e é voltado para “proteger e pesquisar a pequena população remanescente da espécie em águas brasileiras”. Inicialmente, o projeto era desenvolvido somente em Caravelas. Depois de constatada a presença das jubartes também na costa de Praia do Forte, a iniciativa foi implantada na região e hoje o projeto é oficialmente representado por essas duas pontas: Caravelas e Praia do Forte, onde funciona, inclusive, o Centro de Visitantes.
- Conhecendo o Centro de Visitantes do Instituto Baleia Jubarte
Antes de partir para a observação das baleias jubarte, indico uma passada no Centro de Visitantes do Instituto, fundado em 2006. Por qual razão? O Centro de Visitantes é voltado, principalmente, para atividades educativas, ou seja, é lá que o turista e os nativos podem obter mais informações sobre o comportamento da espécie, conhecer suas particularidades e, principalmente, serem conscientizados da importância de sua preservação para o equílibrio ambiental. No local, é possível assistir a vídeos produzidos pelo projeto no anfiteatro, que também é utilizado para palestras sobre o assunto. Ainda no anfiteatro, há um “tanque de toque e painéis informativos, bem como réplicas com informações sobre diversas espécies de baleias, como a baleia azul, a baleia minke e a franca”, que já foram observadas na costa.
O grande atrativo do local, sem dúvidas, fica por conta do esqueleto real de uma baleia jubarte, de 13 metros de comprimento; a réplica em tamanho natural de um filhote da espécie e as representações dos comportamentos típicos das jubartes, como “a ‘espiadinha’ na superfície, o repouso e as brincadeiras com a nadadeira peitoral”. Lá, também funciona o Espaço Ecoarte, construído a partir de técnicas de bioconstrução – a TIBÁ (Tecnologia Intuitiva e Bioarquitetura) -, representada pelo arquiteto Peter Van Lengen, executor do Projeto de Bioconstrução. A ideia era construir um ambiente ecologicamente correto e sustentável, utilizando a água das chuvas e introduzindo projetos como o sanitário ecológico, que não utiliza água e o material orgânico é transformado em adubo. Para a construção do espaço, foram utilizados materiais como “pedras, eucalipto, bambu, garrafas de vidro usadas, terra, cal, coco, piaçava, entre outros materiais. Além disso, os banheiros do espaço possuem piso de azulejo hidráulico reciclado, luminárias de caixas de ovos e tábuas de maçaranduba proveniente de demolição. Isso sem dizer do teto verde e das paredes de adobe”. Neste espaço são realizadas oficinas diversas como reciclagem e pintura e é lá também que a população local escolar encontra um ambiente interessante para desenvolver seus trabalhos.
O Centro de Visitantes é também ponto de partida dos cruzeiros de observação de baleias e o mesmo possui parcerias com uma série de agências que trabalham com este tipo de atividade – atividade esta que foi fomentada, em grande parte, pelo próprio instituto. Antes de partir para a observação dos cetáceos, os visitantes assistem a uma palestra informativa sobre as normas de avistagem, por exemplo.
Além da programação fixa, o “Centro realiza uma programação didática especial para atender escolas e universidades que desejam agendar visitas. Para tanto, são criadas apresentações específicas adequadas à faixa etária ou à série solicitada pela escola”. O local também recebe grupos e eventos. Para agendar visitas contate ea.praiadoforte@baleiajubarte.org.br ou (71) 3676-1463″. Apesar do Projeto Baleia Jubarte ser patrocinado pela Petrobras desde 1996, o Centro de Visitantes se mantém através da entrada de visitantes, da venda da lojinha de souvenires e de parcerias com empreendimentos da região. A entrada, no entanto, é gratuita para a população local nativa, para escolas públicas, estaduais e federais. Estando em Praia do Forte, antes de partir para a observação das jubartes, não deixe de visitar o centro. Vale a pena dar uma passadinha por lá. 😉
- Outras informações
– Localização: Avenida do Farol, Praia do Forte, Bahia.
– Horário de funcionamento: De terça a sábado das 12h às 18h.
– Ingressos: Os ingressos custam R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 meia e toda a renda arrecadada com a venda desses ingressos é diretamente revertida para conservação e pesquisa das baleias jubarte.
– Site oficial: http://www.baleiajubarte.org.br/home.php
Agradecimentos: Apoio e parceria Hotel Via dos Corais e do Turisforte; a Roberta Lana Reis, vice-presidente do Instituto Jubarte e a Agatha Gil, educadora ambiental, pela atenção e informações.
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Bacana, Jana!
Tenho muita vontade de conhecer a Praia do Forte, não conhecia o Instituto Baleia Jubarte, já coloquei na minha lista. 🙂 Beijo.
Acredito mesmo, Átila, que antes de partir para a observação das jubartes em alto mar, é bacana passar por lá, visitar, assistir os vídeos, bater uns papos e entender algumas particularidades. A visão acaba sendo outra! 🙂
Um grande abraço,
Jana.
[…] Instituto e Projeto Baleia Jubarte – Praia do Forte, BA Postado por Janaína Calaça em jul – 11 – 2012 2 Comentários // // […]
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