Em Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro, uma coisa é certa: come-se muito bem. Com essa premissa, um dos restaurantes que não podem faltar em um roteiro gastronômico é o Rosmarinus Officinalis (nome científico do alecrim), tocado pelo chef e proprietário Júlio Buschinelli. O local, que possui um ambiente requintado, no qual toalhas brancas e prataria não podem faltar à mesa, é um dos mais tradicionais restaurantes da região e figura entre os melhores, para aqueles que valorizam a combinação boa comida e ambiente agradável.
Durante nossa visita, fomos recebidos pelo próprio Júlio, que, orgulhosamente, nos deu uma grande aula sobre gastronomia e sustentabilidade, além de, é claro, uma detalhada explicação sobre a geograficamente complexa região de Visconde de Mauá, suas vilas, municípios e até mesmo a estranha divisão geopolítica da cidade, que consegue pertencer a dois estados simultaneamente. 😱
Conhecendo o Rosmarinus Officinalis
O conceito por trás do restaurante está embasado nos anos de experiência de Júlio, que atuava como consultor gastronômico. O que por muito tempo foi mantido como um hobby pelo chef acabou tornando-se uma profissão e a realização de um sonho pessoal. O imóvel, que abriga o Rosmarinus, foi adquirido por volta do ano 2001 e a antiga casa recebeu detalhes adicionais, como a sacada disposta ao redor da edificação e uma expansão que acabou virando a residência do Chef.
A propriedade conta com alguns detalhes interessantes para aqueles que têm olhos mais atentos, como as velas náuticas que cobrem a área externa do terreno, trazendo uma gostosa sombra às mesas localizadas no deck ao ar livre — velas que são uma lembrança constante para Júlio, que, mesmo tendo escolhido morar na serra, declara-se um apaixonado por velejar.
Sustentabilidade
Durante o passeio, ainda tive a oportunidade de conhecer um pouco do sistema de purificação da água utilizada no estabelecimento. Toda a água utilizada na propriedade passa por um tratamento em diferentes níveis até ser desaguada no terreno. Dessa forma, além de fazer a água retornar ao lençol freático, o sistema promove a irrigação do terreno.
Outro ponto alto de minha incursão pela propriedade que abriga o Rosmarinus Officinalis, além, obviamente, da comida, foi poder visitar a horta orgânica do restaurante, de onde os temperos e ervas são colhidos e adicionados em seguida às preparações. Adorei ter conhecido o sabor in natura da azedinha, era usada no prato principal de meu almoço: a Truta Visconde de Mauá.
Gastronomia
Minha refeição no Rosmarinus Officinalis foi composta de couvert, entrada, prato principal e sobremesa, e acompanhada de água com um raminho de manjericão e de um vinho italiano, o Borgo San Leo Chianti DOCG 2012, que, literalmente, parecia ter sido produzido para aquele momento. Perfeito!
O couvert da casa: Equivale a uma refeição completa. Creme de abóbora, alho confitado, pinhão cozido, focaccia, tomate e abobrinha assados e uma berinjela servida em um ponto que jamais havia provado.
A entrada: Escolhi o sofiotti com mussarela de búfala, que chegou à mesa envolto em um vívido molho de tomates caseiro. Ao primeiro toque do garfo, a massa já mostrou sua textura suave. Os sabores sutis do queijo derretido, da massa e do molho foram surpreendentes. Por fim, o excesso do molho foi consumido até a última porção com a focaccia remanescente da entrada. Nham nham!
O prato principal: A truta Visconde de Mauá é um daqueles pratos que você pode até copiar a receita, mas dificilmente conseguirá reproduzir em casa. Talvez até por isso mesmo ela esteja publicada no blog do restaurante, para quem tiver a curiosidade de saber quais são os ingredientes empregados no prato e seu modo de preparo. A ideia por trás do prato era homenagear as “tribos” que originariamente ocupavam a região de Visconde de Mauá. Em sua composição, o prato leva batatas, em referência aos alemães que se estabeleceram por ali; aveia, em referência aos hippies que adotaram a região nos anos 60 e que ainda perduram fortemente na área; e, finalmente, a azedinha e capim limão, que eram tradicionalmente utilizados em chás e saladas pelos primeiros moradores da região, os verdadeiros locais.
Nunca comi uma truta tão saborosa. Sério! Molho de azedinha, aveia, queijo de cabra e batatas! Truta à moda Visconde de Mauá. Uma homenagem aos hippies e alemães que adotaram a região! #JeguiandoemVisconde #ap Uma foto publicada por 🐴🚅🚢Trupe Jeguiando🚃✈🐏 (@jeguiando) em
O desenvolvimento do prato, que contou com a coordenação do próprio Júlio e colaboração do chef Silvio Lancellotti, é o resultado de uma criação coletiva, idealizada pelos chefs Helena Rizzo, Alessandro Cucco, Cello Macedo, Rodrigo Martins, Andrew Bushee e Martin Narvaez.
O sabor suave das batatas é contrastado pelo toque salgado da crosta empanada de aveia, que, por sua vez, é suavizada pelo molho à base de capim limão e azedinha. Esse é um prato que dificilmente não agradará a quem o escolher.
A sobremesa: o merengue italiano com frutas vermelhas é montado em uma taça para facilitar seu consumo. Não tente ir comendo nível por nível pois isso apagará a proposta da sobremesa. Atravesse todas as camadas e deixe sua colher cheia. Simples assim! Saboreando todas as camadas simultaneamente, a sobremesa se torna extremamente equilibrada. Nem muito doce nem muito azedinha. Fica realmente perfeita!
O Rosmarinus Officinalis é um restaurante indicado principalmente para casais e para grupos. Uma boa pedida para quem aprecia gastronomia e busca um bom restaurante em Visconde de Mauá.
- Outras informações
– Localização: Estrada Mauá-Maringá, Km 1, Visconde de Mauá, RJ
– Tel.: (24) 3387.1550
– Horários de Funcionamento:
Quarta-feira 13h às 16h e 19h às 22h
Quinta-feira 19h às 22h
Sexta-feira e Sábado 13h às 16h e 19h às 23h
Domingo das 13h às 17h.
– Aceita Cartões
O Jeguiando viajou para Visconde de Mauá a convite de Tereza Quinderé Comunicação.
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Estou querendo passar uma semana em Visconde de Mauá agora em julho. Vou visitar esse restaurante. Tudo parece delicioso!
Mirtes, reserve um tempo na agenda e vá conhecer! Valeu muito a pena!
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