Durante a pandemia, todos os setores da economia foram impactados de alguma maneira. Alguns de maneira bastante positiva, como os do e-commerce, construção civil e empreiteiras, já que, passando mais tempo em casa, as pessoas mudaram muitos de seus hábitos, e aquelas pequenas reformas necessárias acabaram se tornando urgentes. Passamos a consumir muito mais pela Internet e, com isso, deixamos de ter contato direto com os comerciantes. A compra passou para o virtual, e deixamos de interagir com vendedores, diminuindo, assim, as compras por impulso, o que afeta diversos setores do comércio.
Nesse quesito, temos visto um setor que tem agonizado por vários motivos: o setor de bares, restaurantes e similares. Com medidas de restrição e adoção do teletrabalho, os hábitos da alimentação fora de casa também foram impactados, o que gerou uma enorme redução no volume de vendas de restaurantes posicionados em regiões de grande presença corporativa. De um lado, donos de estabelecimentos lutam para manter as portas abertas; de outro, clientes têm tido uma verdadeira sede de liberdade e encontrado em alguns estabelecimentos a guarida oferecida por “águas internacionais”, num moderno tipo de pirataria, em que diversos empresários sucumbem à tentação de faturar atendendo à demanda de clientes que vão contra as restrições implementadas pelos governos, retroalimentando a necessidade de restrições para evitar o colapso do sistema de saúde.
Em contrapartida, há ainda estabelecimentos que optaram por manter e respeitar todas as restrições impostas e, em alguns casos, serem ainda mais restritivos em relação às flexibilizações oferecidas pelo governo. Muitos desses estabelecimentos têm enfrentado grande sufoco para manter suas equipes, como já tem sido amplamente noticiado em matérias como a publicada no portal Metrópole. Nosso post focará exatamente nessa parcela que tem agido de acordo com a legislação ou que tem mantido sua operação ainda mais restrita do que a prevista pelos governos locais.
O que leva um empresário a não abrir o estabelecimento para o público?
Dentre as opções mais recorrentes para um empresário não abrir o seu estabelecimento para o público estão os seguintes destaques:
- Adoecimento de membros da equipe;
- Incompatibilidade de faturamento x custo de operação;
- Consciência social e respeito com público, funcionários e vizinhos do estabelecimento.
Em cada um desses motivadores há um grande senso de responsabilidade social escondida por trás da ação, seja pelo objetivo de manutenção da continuidade de negócios, seja pelo respeito com o momento da sociedade, e todos eles não merecem julgamento, apenas respeito por parte do público. Com essa premissa em mente, vem a pergunta:
O que um cliente pode fazer para ajudar o pequeno comerciante de bares, restaurantes e similares?
Como ajudar os pequenos restaurantes?
A pergunta que sempre vem à mente de todos aqueles que querem manter o comércio de sua região ativo é: o que podemos fazer para ajudar os pequenos restaurantes? Aqui vão as nossas sugestões:
- Acate o posicionamento da loja. Se não concorda, não tente convencer o proprietário. Aceite que ele tem mais visão sobre as entranhas do negócio do que você.
- Sempre que possível, faça o pedido para retirada presencial, respeitando os horários de restrição impostos pelo governo ou explicitados pelo comércio. Em geral, há multas pesadas para atendimento após o horário de restrição imposto pelo governo.
- Não compre utilizando tickets. As taxas para os pequenos variam entre 4,9 e 8%, sendo muitas vezes baseadas em volume de vendas, o que apenas beneficia os grandes estabelecimentos. Deixe para usar tickets em grandes redes, sempre que necessário.
- Em caso de utilização de deliveries como Rappi, Ifood e UberEats, tenham em mente que esses aplicativos cobram do estabelecimento entre 25 e 30% do valor da venda, e, caso a compra seja realizada com tickets, ainda se somam os valores percentuais de cada bandeira (Visa Vale, Sodexo, Ticket Restaurante, Visa BEN e outros), podendo fazer o comerciante ter um desconto de até 38% do valor da venda e receber o montante em até 31 dias após a data de sua compra.
- Prefira pagamento em débito ou crédito, exceto quando o estabelecimento seja explícito em sugerir outra forma de pagamento. Há quem evite o recebimento de pagamento em dinheiro pela insegurança de tornar o estabelecimento alvo de furtos e roubos.
- Marque os estabelecimentos em postagens em redes sociais, engaje. Não custa nada para você e pode fazer a diferença na longevidade dos pequenos comércios.
- Use Máscara, respeite o distanciamento social e diga sim à vacina.
- Caso seja proprietário de algum imóvel comercial alugado, entenda que o reajuste pelo IGP-M inviabiliza a operação de muitos estabelecimentos. Vale avaliar o histórico de seu inquilino e migrar para índices mais racionais e viáveis. A boa prática tem sido acatar o acumulado do IPCA. #FicaADica
Vale lembrar que estamos vivendo um momento onde os protocolos sociais e de convivência têm mudado constantemente. Lembre-se de que os ânimos estão inflamados no momento, então, seja paciente. Toda as lojas, restaurantes e todos os comércios que mantêm suas portas abertas têm uma história recente de perdas e comprometimento que merecem minimamente o respeito. Talvez seja a hora de questionarmos fortemente a máxima “O cliente sempre tem razão” e começar a pensar se não é hora de enxergamos que “o comércio tem uma razão”, que é servir a um mercado, que só existe quando há pessoas saudáveis, empregadas e consumidoras.
Engraçado,
Ontem no twitter eu vi um post do Walcyr Carrasco dizendo que os famosos estavam trocando divulgação por um prato de “arroz e ovo” ¬¬
e a nichole balls deu um pisão nele dizendo que nesse momento de crise, ela tem ajudado muitos restaurantes pequenos a continuarem abertos sem cobrar o que normalmente cobraria.
Em momentos como esse que vemos realmente quem é que tá pra ajudar e quem tá pra apontar.
Beijos da CEO,
Cami Santos