Todo mundo adora ver fotos de lugares paradisíacos, praias intocadas, vida selvagem, flora exuberante e, acima de tudo, de “bons drinks” na praia. O que todo mundo esquece é que, independente da real existência de um paraíso, a regra prega que, para chegar lá, você precisa antes passar pelo purgatório. Bem, quase sempre. Com este post, vamos tentar realçar um pouquinho do que pode ser uma viagem para o paraíso, sem muito planejamento, mas com bastante espírito aventureiro. No melhor estilo de post catástrofe-relato-pessoal, vamos dar algumas dicas de todas as desventuras que podem estar escondidas em seu caminho.
A narrativa terá alguns pontos abordados. Entre eles, teremos:
- Destino e previsão do tempo
- O caminho por via terrestre
- O lado negro da viagem
- Dicas importantes
Se ajeite na cadeira para balançar com a gente nesse post com lama, suor, muriçocas e lágrimas :D.
- Destino e previsão do tempo
Jana saiu de férias no trabalho e sugeriu que passássemos alguns dias na Península do Maraú, destino localizado no sul da Bahia, em que ela esteve pela primeira vez em 2012. O local, que é um paraíso praticamente isolado (seu acesso se dá por uma estrada de terra ou pelo mar), é perfeito para aproveitar as férias, por suas belas praias, natureza e povo acolhedor. No entanto, para aproveitar tudo que o destino tem a oferecer é preciso ficar de olho na previsão do tempo, pois isso influenciará diretamente no sucesso ou fracasso de suas férias, começando pela chegada à península.
Seja para viajar até a Península do Maraú ou para qualquer destino, não se esqueça: use o clima ao seu favor. Simples assim. Se você souber se planejar, tendo consciência do que o aguarda lá na frente, tudo fica mais fácil. No nosso caso, optamos por viajar no famoso inverno baiano. O frio na Bahia não passa de um gostoso e agradável dia de outono no sudeste. Mínimas de 20 graus podem tornar o dia a dia dos locais algo terrível, mas, para quem está acostumado com invernos mais gelados, isso não assusta em nada, principalmente sabendo que essa temperatura é geralmente alcançada nas madrugadas.
Toda essa introdução serviu basicamente para tecer o pano de fundo de nossa história. Viajar na baixa temporada (conhecendo todas as suas características) tem uma vantagem na relação custo x benefício para o viajante (voos, hotéis e passeios geralmente estão mais baratos na baixa estação) e possibilita ao turista conhecer um destino sem ter que enfrentar muvucas. Mas… E quanto ao clima? Vou perder muito se viajar para o Nordeste no inverno? O Nordeste só é legal no verão? Na Bahia, tirando as chuvas, que geralmente aparecem com força em junho, o resto é alegria!
Se você quer viajar para a Bahia para aproveitar os festejos juninos, então se torne o melhor amigo dos sites de meteorologia. Eles não são mágicos e têm previsões com uma antecipação limitada, mas é melhor contar com eles do que ignorá-los. Para montar seu roteiro, uma dica é sempre considerar as médias históricas dos locais. Essas informações podem ser encontradas em sites como o ClimaTempo (bem visual por sinal) ou AccuWeather, por exemplo. Com essas informações, fica muito fácil entender qual o cenário disponível no destino escolhido para a sua futura viagem (e driblar as chuvas na Bahia, por exemplo).
- O caminho por via terrestre
Voltando ao nosso destino de férias, a Península do Maraú é, por si só, um dos lugares mais bonitos e tranquilos para se visitar no litoral baiano. Ela fica relativamente próxima a Itacaré e é uma alternativa muito menos “turistona”do que a badalada Morro de São Paulo. Por esse motivo, lá você ainda encontrará o famoso “Bom Baiano”, aquele morador que é sempre solícito, hospitaleiro e acolhedor. O grau de consciência da população em relação ao turismo é bastante alto, e essa característica, somada às belezas naturais da região, tornam a Península do Maraú um destino quase imbatível em termos de serviço, hospitalidade e gastronomia. Lá, as ruas são de terra, quase não há calçamento, e, portanto, a atmosfera é bem “pé na areia”. E, por falar em areia, vamos falar um pouco sobre como chegar lá de carro? (Fortes emoções a seguir).
Como chegar à Barra Grande (Modo easy)
Há duas formas de chegar à Península do Maraú: uma pelo mar, vindo de Camamu (Modo Easy); outra, vindo pela terra (Modo Hard, na época de grandes chuvas). Se você não é fã de potenciais grandes aventuras, recomendamos seguir o roteiro de como chegar à Barra Grande partindo de Salvador, já publicado anteriormente aqui.
Nesse roteiro, você tem um passo a passo de como chegar até Barra Grande, partindo de Salvador sem carro (ferry boat + ônibus + lancha). Aos que desejam ir de carro até um determinado ponto e depois seguir no modo fácil, o jeito mais simples é pegar o Ferry Boat que faz a travessia entre Salvador e Itaparica e seguir pela BA-001 até a cidade de Camamu, ponto de partida das lanchas rápidas que seguem até Barra Grande. Essa é, de longe, a opção mais conveniente para os espíritos mais plácidos e que preferem evitar a lama e a buraqueira da estrada. A opção de Camamu também é extensível aos que partem de Ilhéus e Itacaré.
Como chegar à Barra Grande (Modo hard)
A forma de chegar até Barra Grande pode variar bastante. Vamos abrir duas opções para quem parte de Ilhéus (IOS) ou de Salvador (SSA). Ambas as cidades estão sendo usadas como referência, pois atuam como porta de entrada aérea para a região.
>> De IOS (127 km até Barra Grande, englobando de 2 a 3 horas de viagem): Quem parte de Ilhéus deve pegar a rodovia BA-001 sentido norte, com destino à Itacaré. Passando por Itacaré, continue e siga a sinalização indicativa para a BR-030. Ao acessar esta rodovia, não se assuste: ela é de terra, não pavimentada e, dependendo da época do ano, poderá estar em frangalhos (exatamente como pegamos em junho de 2015).
>> De SSA (276 km com ferry boat ou 420 km via terrestre): Como viajamos em três passageiros e as estradas no Nordeste brasileiro ainda não contam com a infraestrutura disponível no Sul e Sudeste, decidimos seguir de ferry boat saindo de Salvador com destino a Bom Despacho, em Itaparica. Desembarcando do ferry , seguimos em direção à rodovia BA-001, que nos levaria até a encruzilhada com a BR-030. A travessia no ferry leva perto de 1h20 (entre embarque, travessia e desembarque).
Fique atento apenas para o fato de que, dependendo da época do ano, pode haver tempo de espera para o embarque. Tenha paciência, vale a pena. O ferry boat custa caro, mas o poupará de ter que percorrer 140 quilômetros na BR-101, evitando o trânsito das cidades que fazem parte do Recôncavo Baiano.
Antes de pegar estrada, sugerimos também que imprima seu roteiro passo a passo. O sinal de GPS ou a cobertura da rede celular podem deixá-lo na mão em algum momento na viagem, portanto siga o conselho de quem já passou por isso! O roteiro sugerido pelo Google Maps foi bastante preciso. Use-o!
O lado negro da viagem…
A partir de agora, vamos relatar fatos que podem fazer muita diferença em sua viagem até a paradisíaca Península do Maraú. Está pronto? Aperte os cintos!
O carro certo para o caminho certo?
Para chegar até a Península do Maraú por terra, é preciso saber que a BR-030 interliga a BA-001 até Barra Grande. E que… a BR-030 é uma estrada de terra. Ter-ra. Não espere encontrar uma estrada linda e faceira de asfalto. A estrada é mal conservada (lê-se esburacada), de terra (repito!) e, dependendo do clima, muito lamacenta (que palavra feia! É a primeira vez na vida que a escrevi e acho que nunca mais o farei!). Bem… para chegar ao paraíso, é preciso penar um pouco, principalmente na época das chuvas. Anotou essa informação? Então, guarde-a para mais tarde, porque você vai precisar dela.
Voltando à BR-030, é preciso também pontuar que ela possui um único posto de gasolina (até Barra Grande), que fica há 20 quilômetros do início da estrada, então, se você estiver viajando com crianças ou idosos, aproveite essa parada para esticar as pernas, ir ao banheiro ou até para abastecer o carro. Há apenas mais um posto de gasolina em Barra Grande, e o combustível custa caro lá. Bem caro, por sinal. Em nossa viagem, o litro da gasolina estava sendo vendido a R$ 4,08.
Até conseguirmos chegar à Barra Grande, percorremos um pouco mais de 40 quilômetros na BR-030, entre a BA-001 e a entrada da cidade, e levamos quase duas horas para percorrer esses 40 quilômetros. Estávamos transportando nitroglicerina? Nãooooooo. A estrada só estava esburacada e com atoleiros, o que nos fez vivenciar alguns momentos bem “emocionantes”.
Por que a estrada estava nesse estado? Bem, chegamos à Barra Grande em uma segunda-feira, imediatamente após uma semana de chuvas intermitentes e torrenciais. O resultado de tanta chuva ficou bem visível na estrada. Nesse deslocamento, utilizamos um carro compacto com motorização 1.6, que, em linhas gerais, o torna mais do que suficiente para quaisquer deslocamentos nas estradas brasileiras. O problema é que a BR-030 não é uma estrada, é um purgatório e, como tal, para cada um reserva um castigo diferente.
Estávamos a bordo do bólido, minha sogra Emília (feliz proprietária do carro), Jana (em desespero para manter o plano das férias em dias) e eu, sofrendo com um cão para tentar tornar a viagem segura para todos os passageiros.
Após trinta quilômetros de um vigoroso #HarlemShake em nosso carro, no qual tudo, rigorosamente, foi chacoalhado, chegamos até um ponto onde a lama havia se concentrado: um atoleiro. Neste ponto, havia dois trilhos mais profundos onde os carros passavam e um parte mais densa e elevada no meio do caminho, formados pelo constante tráfego de caminhões na rodovia. Parei, titubeei e decidi perguntar a um morador da beira da estrada se os carros “estavam passando” pelo atoleiro.
A resposta foi simples e direta:
— Ah, passa! A maioria passa, já que é o único acesso para Barra Grande…
Naquele momento, percebi que ele tinha no terreno de sua casa apenas um caminhão e um quadriciclo, o que automaticamente invalidou o comentário do bom samaritano, instaurando um momento de tensão em mim: “Passo ou não passo? Corro o risco de atolar o carro com minha sogra e mulher a bordo, ou voltamos e seguimos para Itacaré ou Ilhéus?”.
Percebendo minha inquietação, minha sogra entrou em pânico e começou a bradar:
— Vamos embora para Ilhéus, eu não vou ficar atolada, vocês estão colocando minha vida em risco!!!
Eu juro que eu adoraria dar risada, mas, entre feras bravas, não é uma atitude prudente fazer movimentos bruscos. A Jana reagiu instantaneamente com um grito:
— Passa, mô!!! — imperativa, definitiva, ríspida.
E eu ali, vulnerável à briga de duas gerações repletas de convicções e razões. De um lado, minha sogra, mulher tradicional, com um histórico traumatizante de assistente social, que lhe deixou marcas e lembranças das pirambeiras que teve que enfrentar em seu trabalho. O pânico de ficar vulnerável na estrada tomou conta da pobrezinha que urrava: “Vamos embora, chega, eu não aguento mais!”. Do outro lado, Jana, brigando com unhas e dentes para ter o merecido descanso de um ano inteiro de trabalho intenso e puxado, vendo as sonhadas férias, em um local amado por ela, ruindo a apenas 9 quilômetros de nosso destino final. Eu só tinha um jeito de vencer essas gigantes forças da natureza chamadas sogra e esposa: teria que jogar uma contra a outra!
Usando de psicologia reversa, cedi aos mandos de minha sogra, já que ela é mais velha, experiente e a dona do carro! Fiz uma cena com direito à meia-volta e uma afirmação: “Jana, sua mãe é a dona do carro. Ela manda, eu dirijo”. Pronto! Não havia mais retorno! O rastilho estava aceso, correndo rápido para a iminente explosão… Tsssssss, BOOOOM! 💣
Como uma fera ferida, o carro foi tomado por um grito que jamais escreverei em respeito aos leitores, mas a mensagem em tom de raiva, tristeza, choramingo e de uma confiança digna de um estadista, foi proferida por Jana, que afirmou que não estragaria suas férias e que, se o carro atolasse, a gente teria que desatolar! SUCESSO! Isso não foi uma explosão, mas uma implosão com precisão cirúrgica! Uma lágrima de emoção brotou nos meus olhos! Que estrategista!
Nesse momento, um caminhão ia se aproximando e reduzindo para aguardar minha travessia, já que eu estava literalmente no meio do caminho. Jana suplicou por um possível serviço de guincho deles, caso ficássemos presos, e o motorista olhou na boleia e disse que sim, que nos ajudaria em caso de atolamento. Recuei o carro, dei passagem e lá foi ele, chegando até o outro lado para nos esperar. Ele passou, mas cavou ainda mais o buraco e o carro em que estávamos era baixo, muito baixo. Qual foi a solução então? Jana e minha sogra fariam a travessia a pé. Uma lástima.
Segui e com sufoco passei pelo atoleiro! Enquanto ainda continha minha excitação e triunfo, vi que havia mais um trecho após o lamaçal e lá fui eu novamente tentar passar após o caminhão. Sucesso! Liberei a pobre e boa alma do caminhão e decidi aguardar fora do carro, caso alguma das duas caísse em suas travessias. Ao sair do carro, um quadriciclo veio em minha direção e perguntou: “Elas estão com você?”. Em um misto de vergonha e alegria, disse que sim e ele se ofereceu para atravessá-las pelo lamaçal. ❤️
Nosso cavaleiro de armadura, montado em seu quadriciclo, foi ao resgate de minha sogra e da Jana. Para evitar o abuso, Jana cedeu o lugar para a mãe e decidiu meter o pé na lama e vir na paleta. Minha sogra, mesmo em pânico, dura, travada e com medo de cair do quadriciclo, conseguiu passar na garupa de nosso anjo sã e salva. Respirei aliviado ao vê-la entrando no carro e sentando-se novamente. Enquanto aguardava a Jana sair do caminho, nosso herói, com um riso no rosto, disse a frase que me atormentaria por mais 6 quilômetros: “Lá na frente tá pior. A entrada da cidade está ainda pior, cheia de lagoas”.
Senti o gosto das lágrimas querendo se formar e me preparei para as provações que nos aguardavam no restante do trajeto. Senti saudades de um jipinho 4×4, que tive a oportunidade de testar e que, em minha cabeça, passaria naquele caminho com direito a manobras acrobáticas! Que lástima, como diria Charlie Brown.
Seguimos até nos encontrar com as ditas lagoas. Como o solo da região é arenoso e argiloso, a descrição dada pelo amigo era bastante precisa: ERAM REALMENTE LAGOAS! Naquele momento, me senti novamente no caminho entre Barreirinhas e os Lençóis Maranhenses, mas dessa vez não havia o Rio Preguiças ao lado, nem estávamos na traseira de um pau de arara.
Com um pouco de técnica e muita sorte, consegui passar e digo que qualquer um pode se arriscar a passar também. A ideia é simples: passe nas “lagoas” usando as bordas da região alagada como guia e não tenha preguiça de ir contornando! O caminho é mais longo, mas, em contrapartida, você terá menor probabilidade de causar danos ao veículo, caso aconteça um eventual atolamento durante sua empreitada. Outra dica é jamais colocar seu carro em poças que ultrapassem a metade da altura da roda. Passar em áreas alagadiças nunca deve ser sua primeira opção. Apenas o fizemos pois ali não havia mais alternativas. Caso você enfrente uma situação parecida com a nossa, as dicas são bastante simples e devem ser seguidas com atenção:
- Use a primeira marcha mantendo o motor em alta rotação e não deixe de acelerar nunca;
- Controle a velocidade usando a embreagem e não deixe o carro patinar;
- Após cada travessia, deixe o motor um pouco acelerado para verificar se há alguma “vela falhando”;
- Se o carro ficar sem tração ou engasgando após a travessia, verifique se não empoçou água sobre o motor, deixando as velas molhadas.
Seguindo esses passos, conseguimos vencer os quilômetros finais da viagem e chegamos até a cidade de Barra Grande, agraciados ainda com a beleza desse pôr do sol.
A condição do clima em nossa estadia foi bastante favorável, permitindo que nosso retorno fosse mais agradável e menos traumático. Conversando com alguns dos moradores da cidade, soubemos que os cuidados com a estrada ocorrem sempre que o estado fica lastimável, ou seja, pegamos um dos piores cenários possíveis e, ainda assim, conseguimos vencê-lo.
- Dicas importantes para quem optar a pegar estrada rumo à Península do Maraú:
- Verifique (sempre) as condições do tempo antes de sua viagem;
- Se visitar a cidade em época de chuvas, prefira alugar veículos monovolume estilo Off Road ou SUVs;
- Abasteça ainda na BA-001, pois a gasolina nos postos da estrada são mais baratas do que na península;
- Antes de sair, verifique as condições do carro e não cometa o erro de esquecer de olhar o estepe!
Se você está planejando viajar para a Península de Maraú, seja partindo de outro estado ou a partir de outro país e dar continuidade à sua viagem, confira os melhores voos para a Bahia na Rumbo.
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Parabéns pelo relato! Além de engraçadíssimo, relata com exatidão o desespero dessa situação! Muito bom! kkkk
Cheguei aqui procurando dicas sobre a estrada pra BG, já que a enfrentarei daqui menos de um mês e passei por situação bem parecida com a sua indo pra Caraíva, com a diferença que eu atolei. Duas vezes.
Mas tô confiante na vitória! Pra quem foi até Jericoacoara de Palio 1.0, Barra Grande pelo jeito é fichinha!
Abçs!
😉
Muito sincero, mesclado de pitorescas verdades. Isso é que deixa o passeio repleto de histórias pra contar. O que de fato aconteceu. Sim. Não vou de carro. Valeu!
BARRA GRANDE
Bucólico paraíso
Abraçado pelo mar;
Regado de água doce,
Respinga água do mar.
A lei daqui é amar o mar.
Galgando pela vida,
Requer repousar.
Aporte em Barra Grande,
Nesse exuberante lugar.
Dê um presente para você,
Escolha Barra Grande pra visitar.
Autor: Sebastião Santos Silva da Bahia