Em novembro de 2013 participamos de uma viagem para o Espírito Santo à convite da Secretaria de Turismo do ES em parceria com o Sebrae para descobrir o que o destino reserva em termos de experiências para o viajante – que ainda não pensou em adicioná-lo aos seus planos de conhecer as belezas reunidas no território brasileiro. Durante os dias de nossa visita, a nós foi apresentado um exemplário do que o estado tem a oferecer aos seus turistas e que muito extrapola a casadinha moqueca capixaba e praia de Guarapari. O Espírito Santo encerra em seu território atividades interessantes como o turismo rural; a exuberância da Serra do Caparaó; belas praias; a tradição das paneleiras e ainda um dos mais antigos e belos santuários do Brasil, o Convento da Penha (1558), de que falaremos hoje.
- Um pouco de história
Em 23 de maio de 1535, o donatário português da Capitania do Espírito Santo, Vasco Fernandes Coutinho, chegou ao território da atual cidade de Vila Velha a bordo da caravela Glória com uma tripulação de 60 homens e fundou a cidade batizada de Vila do Espírito Santo. Na época, o local recebeu este nome em homenagem ao dia da chegada do navio: um domingo de pentecostes. No período da fundação da cidade, a região era alvo de disputas entre três povos indígenas das cercanias, sendo assim a viabilidade do município tornava-se cada vez menor por conta dos constantes ataques dos povos Aimorés, Goitacás e Tupiniquins.
Frente às constantes investidas indígenas e de povos inimigos, como franceses e holandeses, os colonizadores portugueses decidiram, em 1551, mover a capital da Capitania do Espírito Santo para terras mais seguras, optando na época pela Ilha de Santo Antônio, onde hoje se encontra a parte insular de Vitória.
Paralelamente, a história do Convento da Penha tem início com a chegada do Frei Pedro Palácios em 1558, que, trazendo consigo um painel de Nossa Senhora das Alegrias, se estabeleceu em uma gruta de pedra – hoje batizada de Gruta de Frei Pedro Palácios –, ao pé do rochedo onde foi erigido mais tarde o Convento. Em 1562, o religioso mandou erguer uma capela em homenagem a São Francisco de Assis no Largo do Convento e, finalmente em 1566, foi iniciada a construção da Capela no alto do rochedo.
A capela sofreu ampliações e novas construções foram levantadas até que o convento adquiriu o porte que pode ser observado hoje em dia. A última revitalização do ponto turístico foi finalizada em 2011, tratando-se da restauração do altar mor do edifício.
- Sobre o Santuário da Penha
O Convento da Penha é apenas uma parte do grande complexo chamado Santuário da Penha – que ocupa uma área total de 632.226 m² e é dividido entre os seguintes atrativos:
– Gruta Frei Pedro Palácios: Localizada ao lado do portão antigo, é uma pequena e estreita gruta adotada e habitada pelo frei Pedro Palácios no momento de sua chegada;
– Ladeira da Penitência: É uma via de acesso exclusiva para pedestres. A penitência consiste na subida deste acesso íngreme com calçamento irregular – o chamado pé de moleque, que consiste em um chão de pedras preenchidas com cimento. Este acesso data de 1643, tendo sido produzido por trabalho escravo e sua última restauração data de 1777, mantendo-se até os dias de hoje. A extensão total da trilha é de 457 metros e o seu traçado tortuoso deu a ela outros nomes como Ladeira das Sete Voltas e Sete Alegrias de Nossa Senhora. Um bônus para toda a penitência realizada neste acesso é a vista privilegiada de Vila Velha, onde o visitante encontra-se cercado de mata atlântica e muito provavelmente encontrará aqui representantes da fauna local;
– Portão Antigo: Atualmente localizado ao lado do acesso ao 38˚ Batalhão de Infantaria, o portão antigo foi construído em 1774 como acesso para a Ladeira da Penitência;
– Portão de Acesso Pela Estrada de Rodagem: Sendo hoje o principal acesso ao Convento da Penha, o portão novo foi construído na década de 50 e incorporou em sua arquitetura itens de estilo do portão original. Por este acesso, é possível hoje a circulação de veículos, inclusive um serviço de traslado para os pedestres;
– Museu: Reinaugurado no ano 2000, apresenta em seu acervo peças de liturgia, vestimentas e arte sacra. O visitante do museu terá acesso a itens que fazem parte do cotidiano do convento;
– Sala dos Milagres: Uma das partes mais interessantes aos interessados em compreender os mecanismos da fé, a sala é repleta de ex-votos, ou seja, itens que remetam às graças alcançadas pelos devotos. Itens como muletas, réplicas de membros, fotos, cartas, bilhetes integram o acervo dessa sala. Ótimo local para os fotógrafos de cotidiano exercitarem o olhar, já que em geral esse tipo de instalação torna-se uma enorme colagem da fé coletiva.
Convento: O convento propriamente dito fica localizado no alto do rochedo. Uma construção imponente é alvo da fé de milhares de devotos todo ano. Lá, além da celebração de missas, há um acervo de pinturas expostas que atraem milhares de visitantes. Um dos pontos altos do convento é a vista a qual o visitante terá após vencer os degraus de acesso a essa edificação. Ao redor do convento, há uma plataforma que atua como mirante, de onde é possível ter uma vista de praticamente 360º de toda a região.
Independente de sua fé, uma visita ao Convento da Penha, em Vila Velha (ES), é parte de uma experiência turística e vale a pena. Figurando entre os mais antigos santuários brasileiros, o local é parte da memória não só do estado, mas também do nosso país. #FicaADica
- Outras informações:
– Localização: Rua Vasco Coutinho, s/n, Prainha. Vila Velha – ES. – Tel.: (27) 33290420. – Contato: convento.aacp@gmail.com
- Leia também sobre o Espírito Santo:
> O que fazer em uma rápida visita ao Espírito Santo (Post introdutório)
- Agradecimentos:
Agradecemos o convite da Secretaria de Turismo do ES – SETUR do Espírito Santo e do Sebrae-ES para participar do 1˚ Blog Trip Capixaba, #DescubraOES.
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Nunca viajei para o Espírito Santo. Tem me dado vontade de conhecer. Vale apena?
Oi Valéria, o ES pode atender a alguns perfis de viajantes sem sombra de dúvidas.
Entre eles o Praieiro, o Gastronômico e o Pé no Mato! 😀
Conhece os demais perfis de viajantes? Dá uma olhadinha aqui http://jeguiando.com/2010/10/20/tipo-de-viajante/
Que post legal! Meus amigos que moram em Vitória e Vila Velha vivem me dizendo que estou perdendo muito por não ir conhecer a cidade. Sempre vejo fotos do convento por fora e me parece pitoresco, mas por dentro é bem charmoso mesmo.