Nos dias 19 e 20 de Junho de 2013, tivemos a oportunidade de participar do I Workshop de Segurança Operacional promovido pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes, onde a empresa expôs, de maneira bastante prática, uma parte vital de suas operações – tudo aquilo que acontece antes, durante e depois de cada voo. Neste post falaremos sobre o primeiro dia de atividades programadas para o workshop, ocorrido no Centro de Treinamento de Pilotos, nas instalações da Sim Industries em Diadema, SP.
A ação ocorreu em duas plantas de operação, sendo que a primeira parte do evento ocorreu nas instalações da Sim Industries, onde atualmente a Gol conta com dois simuladores (e com previsão de instalação de uma terceira unidade até 2014) e a segunda parte foi finalizada em Confins, MG. O recém-inaugurado centro de treinamento de pilotos possui capacidade total para até 6 simuladores, sendo que os 3 inicialmente instalados serão de uso exclusivo da Gol pelos próximos 10 anos.
O evento teve início com o discurso de Paulo Kakinoff, presidente da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, que destacou, em sua fala, a importância que a companhia dá aos critérios de pontualidade e segurança nas operações. O Workshop de Segurança Operacional foi carinhosamente batizado por ele como “Conhecendo nossa cozinha”. Uma característica do novo presidente da Gol é justamente a proximidade com que trata cada um de seus funcionários e clientes – no evento, Kakinoff recebeu a todos individualmente.
- “Conhecendo a cozinha”
Após o início das atividades, seguimos para um tour pelas instalações do Centro de Treinamento de Pilotos, onde pudemos conferir de perto lugares como a sala de briefing e os três tipos de simuladores disponíveis nesta planta, sendo eles: a cabine de simulação em tamanho real, com recursos visuais e de movimentação; o simulador de flat panel, onde os pilotos podem simular as mesmas funções realizadas na cabine de simulação, excetuando-se a mobilidade; e, por fim, o CEFA (acrônimo para Cockpit Emulation Flight Analysis), que consiste em um programa capaz de ler os dados de voo gravados em um cartão PCMCIA/PC-Card, para que os pilotos tenham condições de reavaliar seu desempenho no ar.
O CEFA atua ainda como uma importante ferramenta para a área de FDM (Flight Data Monitoring) da Gol, que o utiliza para identificar e mapear os comportamentos das aeronaves, que, potencialmente, podem vir a prejudicar de alguma maneira a eficiência da operação e que para que, desta forma, possam desenvolver planos de ação para a correção de eventuais comportamentos e tendências das aeronaves. As variáveis obtidas através desta ferramenta permitem à companhia avaliar o comportamento dos equipamentos em voo, além de poder observar características como consumo de combustível, temperatura, nível de vibração dos motores, velocidade, altitude e outras. Para os fanáticos por games e simuladores, a melhor comparação que consegui pensar para o CEFA é basicamente um tipo de B-Spec no Gran Turismo. 😉
- O uso do simulador
A utilização do simulador de voo segue o mesmo rigor de um voo convencional, onde os pilotos e instrutores se reúnem na sala de briefing para discutir o plano de voo a ser realizado no ambiente de simulação. Findo o voo simulado, os pilotos e instrutores retornam para a sala, a fim de executar o debriefing, onde analisarão a simulação recém executada. Com o briefing discutido e os pontos da simulação apresentados é realizado o embarque no simulador.
Dentro do simulador, além das cadeiras de piloto e copiloto ainda há a cadeira de controle, onde o instrutor (risada malévola) pode alterar todas as variáveis do voo, desde toda sorte de condições climáticas até mesmo falhas de equipamento. Como em qualquer outra profissão, experiência prática é mais bem vinda do que a teórica. 😀
Após a fascinante “brincadeira” nos simuladores – onde decolamos de Congonhas, sobrevoamos o litoral paulista e retornamos para um pouso por instrumentos em Cumbica -, tivemos ainda a chance de participar de uma trivial e temida arremetida, que nada mais é que o procedimento de abortar um pouso.
- De volta à sala de aula
Finda a parte lúdica para os espectadores, partimos para a metade mais didática do workshop. No decorrer do dia, assistimos às interessantes palestras do Diretor Sérgio Quito da Diretoria de Segurança Operacional (Operations Safety, Security and Quality) e do Diretor de Operações Pedro Scorza, que expuseram as principais ferramentas utilizadas na gestão de segurança e operação da companhia, desde o controle dos ciclos circadianos da equipe até mesmo a avaliação da percepção das mesmas na condução dos equipamentos. Foi ótimo saber o quão importante é para a companhia o “feeling” das tripulações e funcionários quanto ao andamento das atividades e pontos de atenção na operação.
Adicionalmente, assistimos também à palestra do Capitão Alex Fecteau da Boeing Commercial Aviation Services, que abordou as soluções implementadas de Performance-Based Navigation e Required Navigation Performance, que garantem às companhias aéreas uma redução drástica no consumo de combustível e no tempo de voo, promovendo ainda, como efeito colateral, um voo muito mais silencioso a bordo (e em terra) assim como uma experiência muito mais suave através de trajetórias mais estáveis e diretas, com menor necessidade de trocas de altitude e correção de rotas. Em resumo, o passageiro sente menos curvas e descidas no processo de aterrissagem, já que a rota adotada por esta metodologia antecipa bastante o processo de descida para que haja maior economia de combustível e conforto, já que as bruscas descidas e curvas da forma tradicional de pilotagem são suavizadas. Esta é uma novidade já disponível nas aeronaves Boeing 737-800 operadas pela Gol e já homologadas para pousos no aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro.
Em seu primeiro dia de Workshop, que reuniu jornalistas e profissionais de mídias tradicionais e alternativas, a Gol trouxe ao público as bases e diretrizes do seu programa de segurança de voo, seus programas de capacitação de profissionais e algumas de suas inovações, que têm feito da companhia uma das mais seguras para voar. Aguarde o segundo capítulo de nossa participação no I Workshop de Segurança Operacional da Gol Linhas Aéreas.
Para maiores informações sobre os benefícios operacionais dos chamados PBN e RNAV, leia o artigo publicado no site da Boeing.
- Agradecimentos
Agradecemos à equipe da Riot e à Gerência de Comunicação Corporativa da Gol pelo convite.
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