Quem nunca pegou a estrada só para assistir a um show de uma banda querida que atire o primeiro paralelepípedo em minhas graciosas fuças! Quem me conhece sabe que tenho uma alma brega, latina e de sangue quente (sim, sangue quente!!!). Gosto das canções rasgadas, daquelas bem dramáticas, que fala de paixões e amores cheios de sofrimento, em que um sempre está pelos cantos puxando os cabelos, enquanto o outro ri, bonachão, do desespero do pobre ser que ama com todas as artérias, veias e capilares do corpo! Soy una mujer dramática! Se eu fosse montar uma trilha sonora para fazer um flashback da minha vida almodovariana, com certeza eu partiria dos fados (principalmente os da Amália Rodrigues), passaria por Chavela Vargas, Lila Downs (nas fases Paloma Negra ou Quizás, quizás, quizás), dançaria um tangão argentino, entoaria a saudade através da voz de Cesária Evóra, me jogaria no chão ao som de Los Panchos, até, finalmente, chegar às cumbias. Sim, a cumbia é um convite para esquecer todas as desventuras, mexer as perninhas e gritar um arriiiiiiiiiiiiii! Chega! Jogue os bobbies fora, minha filha, levante a cabeça e just dance!
Passei a escutar cumbias depois de minha primeira viagem a Argentina. Na mala, juntamente com um bando de cacarecos que sempre trago das viagens, estavam lá os cds de tango manjados e os de cumbia. Como não conhecia muito do estilo na época (não que eu tenha virado uma expert no assunto), pedi uma dica para o rapaz que trabalhava na loja de cds e eis que ele indicou uma coletânea das melhores canções do Los Palmeras. A capa do cd parecia uma mistura de Trio Parada Dura com uma pitada de Calypso, mas não custava tentar! Na vida, há que se experimentar!
Los Palmeras foi uma daquelas surpresas boas, com a qual você nunca iria contar. É como entrar num muquifo e descobrir que lá a comida é boa e o atendimento é melhor que muitos lugares cheios de firulas e guardanapos de linho egípcio! Com uma música vibrante, cheia de histórias esdrúxulas, como a clássica “Entre la espada y la parede”, que conta a história de um homem que se apaixona pela mulher do amigo e agora não sabe o que fazer da vida (clássica essa) ou o imperdível hit “El Bombón” (não tem um ser humano neste mundo que não mexa seus pezinhos ou pelo menos um dedo ao ouvir a banda), o grupo canta e encanta. Não é à toa, meus caros, que peguei amor por eles e foi por eles que pus o pé na estrada, rumo a Rosário, na Argentina, ao sul da província de Santa Fé.
Confiando no site do Los Palmeras, aproveitei que estava de férias em Buenos Aires e resolvi me mandar para a cidade argentina, onde o Che Guevara nasceu, só para ver a banda de perto. Dentro do ônibus, eu só imaginava ouvir e cantar (com meu espanhol macarrônico) minhas canções preferidas. Ah, aquelas dancinhas todas! Ah, aquelas viradinhas! Ah, aqueles cortes de cabelo estilo Maradona no início de carreira! Um sonho… e estava tão perto!
4 horas de estrada depois, cheguei a Rosário e lá fui eu buscar informações de onde poderia comprar os ingressos para o tão esperado show do Los Palmeras! Cheia de esperanças, com os olhos brilhando como holofotes acesos, levei um balde de água fria, que mais estava para uma caixa d’água! Para meu desespero e descabelamento, a banda, que sempre estava na cidade para fazer shows, coincidentemente, havia feito sua última apresentação uma semana antes de eu pisar os pés naquelas terras. Com aquela cara de frustração indisfarçável, a mim só restou conhecer Rosário, que, no fim das contas, valeu muito a pena ser visitada. No ano novo, no entanto, para minha alegria e servindo de prêmio de consolação, fui surpreendida por um concerto de fim de ano dos Los Palmeras na televisão. Enquanto esperava a passagem, os fogos iluminarem o céu, assisti a um pedacinho da apresentação e, para minha sorte, ouvi, entre passinhos e rodadinhas, minha canção preferida, El Bombón, e o ano foi embora mais feliz, cheio de boa energia, que só a cumbia, este ritmo tão contagiante, é capaz de trazer consigo! Longa vida aos Los Palmeras, a única banda que me fez pegar estrada por um show!
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Jana, super divertido esse post! Hahahaha
Um dos melhores do jeguiando… ri do começo ao fim.
Estou ouvindo bombom asesino sem parar aqui. hahaha
Ah, minha cara Rubita, como é bom saber que minha alma inquieta e brega é compreendida! Los Palmeras é um clássico e, no dia que eu descobrir um show deles na cidade, a gente pega um voo e se manda para lá. Dançando e rodando, dançando e rodando! Hahahahaha.
Beijão, minha nêga!
Jana.
Ah, só para deixar registrado, eu também fui para Rosário e não fiquei sabendo nada do show de “los palmeiras”. Se vc precisar de companhia para a proxima tentativa de ver esse show, me chama!
Ô derrota!
Ainda bem que aproveitou a oportunidade pra conhecer Rosário.
Eu já viajei, sim, pra ver shows de artistas queridos. Mas, por sorte, ainda não dei com o nariz na porta…
Ri do começo ao fim. Típico acontecimento que te deixa louca de raiva/frustração no momento, mas depois se transforma em uma ótima história pra contar! 😉
Ótimo post! (e adoro cumbia, tenho um cd que comprei em Tigre (do ladinho de Bsas)! )
Lud, eu atraio situações esdrúxulas, minha nêga! Hahahahaha Que posso eu fazer? Hahahahaha
Beijão,
Jana.
Vc é muito comédia, adorei o post, ri horrores!!! e me identifiquei muito, ouço músicas latinas q ninguém sabe da existência, é só ser cantada em espanhol q já tô eu lá, se fosse em português,me recusaria, kkkkk, chamaria de brega pra baixo. Agora tô aqui curtindo o somzinho do Los Palmeras ;)Bjuuuss
Hahahaahahah Que bom q curtiu a crônica, Ana! 🙂 Foi uma experiência hilária no fim das contas e que levo na lembrança com carinho, apesar de n ter ouvido El Bombon asesino de perto! Hahahaha
Beijão e volte sempre!
Jana.
[…] santafecinos – aconteceu por causa da minha vontade descabelante de assistir a um show do Los Palmeras. Entre muitas andanças, Quilmes e medialunas – sim, as medialunas estão para os argentinos […]
[…] me dar um sacode-lelê para eu escrever sobre ela. Para quem acompanha o blog, deve já ter lido a Jegue Crônica: Tudo pelo Los Palmeras!, que resume, de forma dramática (cof cof), as razões pelas quais fui parar de paraquedas neste […]
Sou rosarino, morando nas Minas Gerais, e ri bastante com este post. Jana, se ainda você não assistiu ao show de Los Palmeras, recomendo que o faça assim que puder.O bombon asesino refere-se a o que aqui se conhece como “bunda” hahaha. Los Palmeras são da cidade de Santa Fe que fica 160 km ao norte de Rosario e são na “cumbia” os MELHORES.
Obrigado por mostrar a minha cidade, embora a tenha conhecido por acaso.
Jorge!!!
Eu adorei Rosário, mesmo ficando frustrada com o fato de ter perdido o show do Los Palmeras! Hahahahahaha
Fico feliz em saber que gostou da crônica! =D Foi a minha forma de transformar aquela história hilária em uma historinha curiosa de viagem!
Um grande e forte abraço,
Jana.