Nota de repúdio à empresa Jetcost por gordofobia

Ontem, o Jeguiando completou oito anos no ar. Oito anos de trajetória, de muitas viagens e muito trabalho. Uma das principais diretrizes que sempre buscamos manter ao longo desses anos foi de produzir material autoral, ou seja, sempre visamos escrever sobre aquilo que vivenciamos, sobre nossas experiências de viagem, e passar para frente o que colhemos com essas vivências, que poderiam vir a ajudar alguém que estivesse planejando sua própria viagem.

Erik escreveu um longo texto sobre o aniversário do Jeguiando e uma reflexão sobre o trabalho com blogs e, entre os pontos que ele abordou em sua reflexão, destaco dois: um sobre o caso de uma leitora nossa que viajou pela primeira vez inspirada por nós (ela era gordinha e tinha medo de viajar de avião, por medo de não caber no assento e não ter cinto de segurança que lhe coubesse), outro sobre a necessidade de muitas empresas reverem seu olhar sobre os blogs e esse conceito errôneo de que blog é sinônimo de mídia gratuita (ou barata) ou expurgo de releases.

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Sobre o primeiro ponto que destaco do texto do Erik, sobre termos inspirado uma leitora, que, assim como nós, é gorda, a viajar e não ter medo de viver por seu porte (apesar de toda a gordofobia que enfrentamos diariamente em sociedade e que se trata de um preconceito claramente naturalizado), eu só tenho a comemorar. Comemoro porque essa é a prova de que representatividade importa sim e que nosso recado como pessoas gordas sempre foi: Não deixe de viver sua vida por causa do preconceito alheio. Nunca, jamais, se encerre dentro de casa e deixe sua vida passar, porque existem pessoas babacas que não conseguem lidar com a diferença. Eu luto contra a gordofobia desde criança e não seria agora que eu iria abaixar a cabeça. Enfim! Celebro o fato de termos feito diferença na vida de uma leitora, que hoje viaja para onde quiser. 🙂

Sobre o segundo ponto, não tenho nada a comemorar, porque ainda vejo empresas tratando blogs como expurgo de release e é exatamente sobre um release infeliz que quero falar hoje. Um release enviado pela empresa Open Comunicacion sobre um de seus clientes: a Jetcost, um motor de busca de voos.

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Seria um dia qualquer como muitos outros, em que eu já apago release direto (porque, como disse, nosso blog trabalha com conteúdo autoral e não requentado), mas algo chamou a atenção de Erik e ele me passou o e-mail. O release, intitulado de “Situações vergonhosas de gente célebre a bordo de aviões”, acabou tornando-se profundamente vergonhoso para a empresa de assessoria irresponsável e para a Jetcost, por listar “ser gordo” entre as situações vexatórias. Uma empresa de comunicação, tentando criar um material engraçadinho, reforçou mais uma vez o que estou cansada de saber: a gordofobia é um preconceito naturalizado e ninguém tem vergonha nenhuma de passar isso para frente.

Gostaria, dessa forma, de repudiar a postura da Open Comunicacion e da Jetcost por reiterarem o coro da ignorância com a ideia de que pessoas gordas devem se envergonhar de seus corpos e que devem ficar em casa trancafiadas, porque nosso corpo não é “adequado”. Inadequada é a ignorância propagada, o preconceito, a marginalização a que vocês tentam nos jogar. Eu trabalho, toco minha vida e tento trazer uma mensagem positiva às pessoas de aceitação de seus corpos e, sobretudo, de que não há limites para o que podemos fazer como pessoas. O limite, muitas vezes, não está em nossos corpos, mas numa sociedade que lucra com nosso sofrimento em tentarmos nos adequar. É a sociedade que tem que se adequar para acolher a diferença e não o contrário. Repudio profundamente a atitude infeliz de vocês! Sejam responsáveis! Não propaguem preconceito. Entre as situações vergonhosas que vocês listaram deveriam colocar em destaque ser preconceituoso e fomentar a marginalização. Vocês sim deveriam se envergonhar!

Att,

Janaína Calaça.

Para que tiver interesse em ler esse lixo de release, faço questão de abrir uma exceção e compartilhá-lo!

Situações vergonhosas de gente célebre a bordo de aviões
O motor de pesquisa da Jetcost escolheu os piores comportamentos de algumas pessoas célebres

Embora com alguma frequência, situações vergonhosas provocadas por algumas pessoas célebres a bordo de vários aviões tenham tido a sua origem em algum excesso de consumo de álcool, houve, no entanto, bastantes casos que a bebida não terá sido a origem de certos escândalos. O potente motor de pesquisa de voos selecionou alguns deles.

Fazer sexo oral. Vários passageiros foram testemunhas e asseguraram que, durante o voo que compartiram com a cantora mexicana, Alejandra Guzmán em direção a Huatulco, Oaxaca, que a mesma fazia sexo oral a um desconhecido antes da discussão que começou, por uma passageira lhe ter feito uma foto durante o ato. Além disso, também informaram que a cantora estaria alcoolizada. Por outro lado, Alejandra Guzmán esclareceu num comunicado distribuído à imprensa, que se sentia muito constrangida pelo incidente. Guzmán reafirmou que não tinha bebido ou consumido qualquer tipo de droga e assegurou que só queria descansar e dormir, pois se sentia muito cansada devido ao espetáculo que tinha dado horas antes e discutiu com a passageira por esta estar a tirar fotos dela.

Não desligar o telemóvel. O ator Alec Baldwin, iniciou um dia uma discussão durante um voo por se recusar a seguir as indicações da hospedeira de voo, que lhe pedia que o desligasse. Face à sua recusa, o avião voltou ao terminal e foi pedido ao ator que saísse do avião. Como represália, e por ser um aficionado das redes sociais, não perdeu tempo e publicou na sua conta de Twitter que acabava de ser expulso de um avião da American Airlines: “Uma hospedeira de voo da America Airlines mandou-me para o diabo por estar a jogar Words com os meus amigos enquanto esperava sentado dentro do avião, e estávamos parados”. Baldwin estava na verdade a jogar Words with friends no seu Ipad. Depois de regressar ao terminal, o ator não demorou em fazer novos “elogios” à companhia de aviação, publicando que “nela trabalham professores católicos de ginástica nascidos nos anos cinquenta”.

Escrever mensagens no telemóvel. Outro ator expulso de um avião por não querer apagar o seu telemóvel, foi Josh Duhamel da saga Transformers, durante um voo de Nova York para Kentucky. Duhamel apanhou o seu telemóvel e começou a escrever mensagens, apesar dos avisos de um tripulante de cabine para que o desligasse. A atitude do ator teve como consequência que a tripulação decidisse abortar o início do voo e regressasse ao terminal do aeroporto, tendo o ator sido expulso do avião. O ator que justificou estar a enviar uma mensagem a avisar que o voo estava atrasado mostrou-se arrependido e disse que tinha aprendido a lição.

Fumar marijuana. O cantor canadiano, Justin Bieber, que há uns tempos atrás tinha sido advertido pelo pessoal de cabina num voo da Quantas, por se ter negado a colocar o cinto de segurança preferindo passear-se desde o seu lugar na classe Business até à Económica, onde viajavam os seus colaboradores, passado pouco tempo foi de novo protagonista durante um voo privado do Canadá a New Jersey ao ser apanhado a fumar marijuana junto ao seu pai e mais 10 acompanhantes e além de não fazer caso das chamadas de atenção dos pilotos ainda os ofenderam por estes lhes pedirem para o não fazerem. O fumo de marijuana era tão forte na cabina que os pilotos chegaram ao extremo de colocarem máscaras de oxigénio, pois se preocuparam que pelo excesso de inalação, pudessem dar positivo num controle rotineiro de drogas. Bieber foi detido e interrogado pelos agentes de fronteira durante várias horas, por ter sido detectado um cheiro forte de marijuana no avião, mas foi posto em liberdade ao não lhe ser detectada nenhuma substância ilegal.

Tentar introduzir uma pistola. O ator Cristian Slater passou umas horas na prisão por tentar entrar com uma arma de fogo num avião no aeroporto de John F. Kennedy de Nova Iorque. As autoridades do aeroporto detectaram uma pistola de 9 mm na bagagem de mão do ator, na passagem pelo detector de metais, quando se dirigia para a porta de embarque. Foi condenado só a três dias de trabalho comunitário, porque isto aconteceu antes do atentado às World Trade Center.

Mau comportamento. A famosa modelo Naomi Campbell foi retirada à força de um avião da companhia British Airways e detida no terminal 5 do aeroporto de Heathrow em Londres, por agredir um agente da policia. Segundo os passageiros do avião, Campbell foi algemada no interior do avião que ainda não tinha descolado, depois de se comportar de uma maneira grosseira e agressiva. Parece que o altercado se deveu a um problema relacionado com a bagagem da modelo.

Fumar a bordo. Escândalo semelhante provocou o cantor do grupo Oasis, Liam Callagher, durante um voo de Hong Kong a Perth (Austrália), quando as hospedeiras de bordo o avisaram para apagar o cigarro, pois estava proibido fumar a bordo. O cantor manifestou a sua frustação deitando comida e outros objetos para o corredor no interior do avião o que levou o comandante do voo a ponderar a possibilidade de fazer uma aterragem de emergência. Noel, o seu também famoso irmão, dormia descansadamente naquele momento, mas também foi vetado por vida, de poder utilizar os aviões da Cathay Pacifics.

Ameaças à hospedeira de voo. O ex-cantor da banda Stone Roses, Ian Brown, foi preso quatro meses depois de ameaçar uma hospedeira de bordo da British Airways que lhe cortaria as mãos com os talheres de plástico servidos com as refeições a bordo.

Ser gordo. Neste caso não se pode deitar a culpa a um comportamento pouco recomendável de Kevin Smith, diretor e ator de cinema em filmes como, Clerks ou Dogma. O ator disse que um piloto o expulsou do avião quando pretendia viajar num voo da Southwest Airlines de Oakland para Burbank, na Califórnia, porque não cabia no assento devido ao seu peso. Smith admitiu ter sobrepeso, mas assegurou numa série de queixas por Twitter que isso não deveria impedi-lo de viajar de avião. Quer Smith quer a companhia disseram que o ator tinha reservado dois lugares no voo que teria partido de Oakland, onde falou na Conferência Macwords Expo, mas que estava na lista de espera de um voo que saia mais cedo e nesse voo só havia um lugar disponível. Perante as queixas do ator em Twitter, a companhia decidiu compensá-lo com um vale de 100 dólares e pediu-lhe desculpa por telefone.

 

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