Virada Cultural de São Paulo – Como foi!


A Virada passou, mas, prevendo que ano que vem haverá outra edição do evento, deixaremos aqui as impressões, que foram positivas! Iniciativas públicas como esta garantem cultura e lazer à população a baixo custo. Baixo custo porque no caso dos shows, todos foram de graça e o que se gasta de adicional é em transporte e alguma despesa extra em alimentação ou em algum tipo de bebida, seja alcóolica ou não.

Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

A Virada Cultural 2008 aconteceu entre os dias 26 e 27 de abril e concentrou-se no centro de São Paulo. Além de shows gratuitos, com estilos variados, visando justamente atrair um público diverso, o evento ainda ofereceu mostra de curtas-metragens, peças teatrais, exposições, apresentações de dança, etc. A idéia, ao que me parece, foi justamente trazer o público paulistano para as ruas, sem que ninguém ficasse de fora por falta de opções.

Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

Como as opções foram muitas e o tempo era curto, escolhemos algumas atrações que gostaríamos de ir, como o show de Cesária Evóra, cantora convidada de Cabo Verde, Zé Ramalho, Retrofoguetes (banda de nossa terra natal, Bahia) e Ultraje a Rigor. Por imprevistos, que sempre acontecem, só conseguimos assistir ao show completo de Cesária, mas deu para registrar o que acontecia em outros palcos espalhados ao longo do Centrão.

Cesária Évora na Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

O show de Cesária Evóra foi bonito de se ver. A saudade e os olhos virados para a terra, para as raízes, são temáticas recorrentes nas canções desta cabo-verdiana de olhos tímidos e de voz tocante. Tinha muita vontade de ouvi-la cantar ao vivo, talvez pelo tipo de emoção que ela sempre me causou em suas canções. Conseguimos registrar alguns momentos do show. A qualidade não é das melhores, mas a intenção é boa. “Sodade” é uma bela canção e deixamos este recorte para vocês, mesmo com todos os tremores de mão. Somos blogueiros, não somos cinegrafistas! Hahaha!

Depois do show de Cesária, fomos Jeguiar com nossa mochilinha nas costas. Era interessante ver São Paulo com outra cara. Parecia até que as pessoas estavam mais leves. A noite estava convidativa, as ruas também. Pessoas sentavam-se no chão, apresentações circenses aconteciam ao longo da cidade e em cada ponto, um palco estava armado para a diversão. Invariavelmente, estes palcos acabavam por se constituir como pequenas ilhas específicas para certas tribos. Passamos pelo Vale no Anhangabaú e saímos percorrendo o centro. Havia palco voltado para o rock, voltado para cantoras, palco em que o samba e o pagode reinavam, palco voltado para o jazz, palco para projetos independentes, enfim, variedade não faltava.

Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

Cada local contava com mapas informando a localização exata e o que acontecia nos arredores. Ao longo das ruas, havia pessoas contratadas pela prefeitura distribuindo o guia da virada, que continha todas as atrações devidamente listadas. Era só escolher o que ver e se encaminhar ao local.

Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

Nos shows mais disputados, como o de Zé Ramalho por exemplo, estava difícil de passar por causa do limite espacial mesmo, mas ainda assim acho que a iniciativa teve sucesso.

Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

Os pontos negativos não foram da organização do evento, mas dos seres humanos sem noção que insistiam em passar com seus carros em áreas, que estavam isoladas por causa do evento. Muitas vezes eventos como este acabam em função da ignorância de certos seres umbiguistas, que acham que, por estarem ao volante, têm mais direito às vias públicas do que os pedestres.

Virada Cultural, São Paulo. Imagem: Fábio Brito.

De modo geral, o evento, aos nossos olhos, foi muito interessante e aparentemente o planejamento deu certo. Democratizar a cultura é sempre uma iniciativa louvável, afinal cultura e lazer não deve ser apenas privilégio daqueles que têm dinheiro pulando ds bolsos. E ver São Paulo mais leve, mais sorridente, menos sisuda, menos atropelante, já valeu também. Próximo ano, caso a iniciativa continue, devemos estar por lá novamente, munidos de nossas mochilinhas, de nossa máquina e de nossas pilhas, que sempre descarregam nos momentos mais impróprios. Pra você que não mora em Sampa, mas tem curiosidade, programe-se!

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