Quem me conhece sabe que possuo três grandes paixões na vida: viagens, literatura e cinema, por esta razão, além de escrever sobre as cidades que Erik e eu visitamos, ainda criamos dois espaços no Jeguiando dedicados à literatura (Livros & Viagens) e cinema (Filmes que te fazem querer viajar). Fazia algum tempo que não escrevia para esta última coluna, então, hoje, resolvi compartilhar uma película de que gosto muito, lançada em 2005, com direção de Sérgio Machado, produção de Walter Salles e com um elenco dos bons (Lázaro Ramos, Alice Braga e Wagner Moura) – Cidade Baixa.
Filmado em minha cidade natal, Salvador, a película mostra um outro lado da capital baiana. Um lado que não consta nos roteiros turísticos, nos grandes guias e cuja imagem não está associada ao carnaval. Quem nunca foi a Salvador já deve ter ouvido falar, em algum momento, que ela é dividida entre o que é considerado cidade alta e cidade baixa. A cidade alta é parte onde os investimentos estão aportados, a cidade baixa parece ter sido esquecida, é uma viagem ao tempo, marcada, em diversos pontos, por uma atmosfera de decadência. A história que se conta é atravessada por imagens da Feira de São Joaquim, seu caos e pela labuta diária de quem levanta antes do sol nascer, para vender de frutas a peixes nas barraquinhas montadas e é atravessada também pela rotina dos pescadores, que se lançam ao mar, em seus barcos e saveiros, em busca de sua sobrevivência. A história também lança um olhar nos prostíbulos situados ao longo da Ladeira da Montanha ou em casarões abandonados, ali, bem do lado de um dos maiores cartões-postais da cidade: o Elevador Lacerda.
A Cidade Baixa, tão bem retratada na fotografia do filme, além de personagem, é cenário para a história de amor entre Deco (Lázaro Ramos), Naldinho (Wagner Moura) e Karinna (Alice Braga). Os dois amigos, em uma de suas idas às cidades próximas a Salvador, conhecem Karinna, uma garota de programa que pegou estrada desde o Espírito Santo em busca de uma melhoria de vida.
O filme dividiu opiniões. Alguns puristas se chocaram com as cenas de sexo da película, outros pela linguagem crua que permeia as falas dos personagens; outros reconhecem a beleza de Cidade Baixa, principalmente por lançar um olhar no cotidiano de vários personagens que habitam as ruas, vielas, muquifos, prostíbulos daquela cidade, que estão envoltos em uma existência-limite, em que a luta pela sobrevivência é uma constante. O filme é tão cru quanto a realidade que tenta representar e belo por captar a humanidade dos personagens. Indico! 😉
Cidade Baixa recebeu o “Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Oficial e Melhor Atriz (Alice Braga) no Festival do Rio e foi selecionado para a Mostra Paralela Independente no Festival de Cannes“. (Fonte da informação: Wikipedia)
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AAahh! Eu gostei bastante desse filme!
Gosto bastante desse filme tb, Deise. Muito do rebuliço que ele causou está associado ao fato de muitas pessoas n estarem prontas a encarar uma outra faceta da realidade da capital baiana, que envolve miséria e luta diária pela sobrevivência. Admiro muito este trabalho.
Beijão,
Jana.