Caros jeguiantes, quem me conhece sabe que sou nascida em Salvador, na Bahia, e sou filha da mistura do litoral nordestino com o sertão. Minha mãe também é baiana e meu pai é nascido em Floresta do Navio, interior de Pernambuco. Desta mistura, o amor pelo mar (fruto das boas lembranças de infância e adolescência) e pelo imaginário sertanejo surgiu e se consolidou. Sou filha, por que não, da água e do barro! Meu pai nasceu e passou um pedaço de sua infância numa fazendinha, em uma casa de paredes de pau a pique, fogão à lenha, chão de cimento queimado e candeeiro para iluminar as noites pernambucanas. Cresci rodeada destes símbolos, seja pelas vezes que fui à Floresta (poucas, infelizmente), seja pelos doces e queijos feitos pelas mãos de minha vó Lurdinha, pelo chapéu de couro que cobria a cabeça de um tio, pela cabaça trazida de viagem ou pela comida servida em casa. Feijão de corda, carne do sol, pirão de aimpim, cozido, queijo coalho com melaço, todos estes pratos habitaram e habitam o meu imaginário, que me faz sempre, mesmo longe, lembrar com carinho do meu nordeste. Todas as vezes que volto, então, para Salvador, sempre busco esses sabores antigos e acabei descobrindo um cantinho do sertão no litoral da Bahia, onde posso reviver estas lembranças através dos pratos e da música nordestina.
- Sertão Bom, um pedacinho do sertão nordestino em Salvador
Localizado na orla de Salvador, mais precisamente na Pituba, o restaurante Sertão Bom é um daqueles cantos a que sempre retorno quando tenho oportunidade. Já do lado de fora, o visitante se depara com uma longa fachada em pau a pique, muito comum nas casas interioranas sertanejas. No entanto, não só a fachada foi construída desta forma. Todo o restaurante – que, diga-se de passagem, é bastante amplo – foi erguido através desta combinação de barro e madeira.
Mesinhas rústicas de madeira, muitos artefatos de palha, bandeirolas de chita e esculturas em barro, assim como cabaças, estão espalhadas ao longo do restaurante, que tenta resgatar não só elementos do cotidiano sertanejo, como fazer o visitante se sentir transportado para alguma cidadezinha do sertão nordestino.
Para animar o local, o forró de raiz é o que anima o Sertão Bom. Canções de Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Flávio José, Alcymar Monteiro, Zenilton, entre outros, fazem a festa dos visitantes. Se quer “forrozeá”, bater coxa ou que seja, em alguns dias da semana, se não me engano, acontecem shows de forró ao vivo no palco armado no restaurante, que vira uma grande festa!
- Pratos típicos nordestinos
Além de ser um lugar bacana para quem aprecia a cultura nordestina, seus símbolos, suas cores e sua música, o que realmente é destaque no Sertão Bom é a comida servida, sempre saborosa e farta. Sempre que vou lá, seja com a família ou com amigos, peço de entrada uma porção de queijo coalho com melaço ou bolinhos de aimpim ou de carne seca (para começar) e como prato principal um escondidinho de carne do sol com pirão de aimpim (mandioca), baião de dois ou algum prato que tenha de acompanhamento o delicioso feijão de corda.
Além de servir boa comida (bem preparada e saborosa), os preços são bem convidativos e, como disse anteriormente, as porções são sempre fartas. Ótima pedida para que quer reunir pessoas queridas, passar bons momentos, sem sair com o bolso gritando “rogai por nós!”. Entonces, se estiverem de passagem pela cidade, deixe um dia a moqueca e o acarajé de lado para experimentar os outros sabores que também compõem a pluralidade que é o Nordeste. 😉
- Outras informações sobre o local
– Endereço: Avenida Otávio Mangabeira, 321, Pituba, Salvador, Bahia.
– Telefone: 3346-7449
– Horário: 11h30/0h (qui. a sáb. até 2h30)
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