Como havia prometido, hoje vamos falar do espetáculo que encerra, diariamente, as atividades no Xcaret. O Xcaret México Espetacular trata-se de um espetáculo teatral que traz um breve panorama do período pré-colonial, da invasão dos espanhóis, da conquista do território correspondente ao México hoje, a dizimação e conquista do povo Maia e, por fim, a gênese das diferentes manifestações culturais, que juntas compõem o mosaico da cultura mexicana. O espetáculo dura por volta de duas horas, pontuadas de muita música e por um figurino impecável.
O espetáculo já tem seu início com atores espalhados ao longo do caminho até o teatro, devidamente caracterizados, representando o povo Maia.
Vestidos de onças, corujas, jaguar, os atores já antecipam a atmosfera do espetáculo, ambientando o visitante à proposta da peça teatral.
Em um teatro rodeado de grandes arquibancadas, os visitantes vão se acomodando e recebendo, cada um, uma vela acesa. O espectador acaba por fazer parte também do espetáculo. O teatro oferece as opções de assistir à peça saboreando um jantar ou a opção de apenas assistir ao espetáculo. À convite da Royal Holiday, assistimos à peça e jantamos no próprio Xcaret.
Bom, mas vamos ao espetáculo em si. Com uma equipe de mais ou menos 300 atores, o Xcaret México Espetacular tem seu início com a lenda Maia da criação do universo. A gênese do mundo acaba se misturando com a gênese do próprio povo Maia na montagem.
A primeira metade do espetáculo centra o olhar na era pré-hispânica, ou seja, que antecede a chegada dos espanhóis no território que hoje corresponde ao México. Entre a reconstrução de rituais sagrados, a peça também traz costumes Maias como, por exemplo, o Jogo de Pelota (bola) Pré-Hispânico, que consistia em tentar acertar a bola na circunferência, mostrada na foto acima. Detalhe que o gol era feito com a bunda! Não havia chutes com os pés, mas sim com os glúteos!
Entre ritos e costumes, a sociedade Maia era retratada através de uma releitura histórica. Achei interessante usarem como representação da construção desta sociedade através da imagem das colunas Maias, como vemos na fotografia acima. No palco, os atores construíram, peça por peça, as colunas.
Um dos pontos mais tocantes da apresentação foi sem dúvida a passagem voltada para a invasão espanhola do território Maia. Foi retratada a chegada dos espanhóis, o estranhamento do primeiro contato, o conflito, a guerra e por fim o momento em que os Maias são subjugados, dizimados e têm não só sua configuração social destruída como também suas manifestações culturais. Como vêem, no lugar das colunas Maias, uma cruz é fincada no que restou das construções, representando a violência do processo de conquista territorial. Até este ponto, achei que a montagem tinha sido genial, mas um ponto na apresentação me incomodou bastante… Depois desta cena, tão alegórica e forte, o roteirista deu uma derrapada quando escreveu uma cena em que, depois de tantas manifestações claras de violência, uma espécie de “festa de confraternização de povos acontece”, o que supostamente daria origem ao que seria hoje o povo mexicano. #FAIL. Romantizar violência física e um processo igualmente violento de aculturação definitivamente foi uma pisada feia na bola!
Birras à parte, após a suposta gênese do povo mexicano, pontuada pela “junção amigável aparente” de espanhóis e nativos, a apresentação seguiu seu rumo. Agora, já na segunda metade do espetáculo, a proposta era representar as várias manifestações culturais, presentes em cada cidade Mexicana.
Para apresentar um panorama breve da pluralidade cultural do México, cada cidade, as principais, foram retratadas com relação às suas principais manifestações e símbolos identitários. Vestimentas, canções, tudo marcava a participação das cidades mexicanas na composição deste mosaico grandioso e rico que é a cultura mexicana.
Entre canções conhecidas e símbolos que já povoam nosso imaginário de estrangeiro, como as vestimentas e os mariachis, o espetáculo surpreendeu por suas cores e pela beleza das manifestações.
Fiquei com vontade de conhecer Vera Cruz só por causa do polvo gigante. 😛
Algumas canções, que embalaram as apresentações, são velhas conhecidas nossas, aqueles clichês que já ouvimos pelo menos em alguma animação ou episódio do Chaves como, por exemplo, El Jarabe Tapatío. Se você, caro jeguiante, não conhece a música de nome, dê uma olhada neste vídeo e vê se lembra!
Outra canção que faz parte também do espetáculo é El Conejo, também velha conhecida. Que tiver curiosidade, é só dar uma olhada no vídeo. A canção demora um pouco de começar, mas vale a pena assistir.
O espetáculo, com certeza, é o ponto alto do dia, para quem segura o cansaço e decide ficar para assistir. Tirando realmente a festa de confraternização entre Maias e espanhóis, vale a pena assistir, principalmente pelo cuidado em mostrar, em poucas horas, a multiplicidade de manifestações culturais presentes no imaginário mexicano.
O encerramento da peça teatral se dá com a entrada dos atores com bandeiras de várias partes do mundo, talvez tentando simbolizar a receptividade daquela terra aos que vêm de fora como nós. Com vôos de araras treinadas, o espetáculo é encerrado ao som de México en la piel. Do que tinha de gente fungando de chorar… Confesso… Eu era uma delas! Eu assumo, tá?
Bom, para encerrar nosso post, deixo vocês com a canção que encerra o Xcaret México Espetacular.
Para maiores informações, acessem o site do Xcaret.
Horário de Funcionamento: 8:30h às 22:00 horas. Aberto todos os dias do ano.
Endereço: Está localizado a 56 km ao sul do Aeroporto Internacional de Cancún e a 6 km da Playa del Carmen na Riviera Maia.
Telefones de contato: Em Cancún: (998) 883-3143. Na Riviera Maia: (984) 206 – 0038.
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Parabéns pelo site em especial sobre as reportagens do México.
Trabalho muito bem feito e profissional.
Olhei o video de México en la Piel e eu que sou mexicano
fiquei muito emocionado em ver as paissagens. Lembranças viram.
Obrigado.