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A primeira vez que visitei Ouro Preto foi através da literatura, de uma forma imaginada. Na época, eu era uma adolescente com o livro Ladeira da Saudade, de Ganymédes José, debaixo do braço. Através das linhas do autor, visitei pela primeira vez esta cidade mineira de grandes ladeiras de paralelepípedos, suas igrejas, seus casarões em estilo colonial, com suas grandes janelas e portas. Visitei também a feirinha de objetos em pedra sabão, senti o cheiro de biscoito de polvilho e das compotas e li pela primeira vez referências ao poeta Tomás Antônio Gonzaga, com sua Marília de Dirceu e tive minha curiosidade despertada para conhecer as obras de Aleijadinho. A literatura infanto-juvenil de Ganymédes José me fez, por muito tempo, desejar conhecer fisicamente aquela cidade, cheia de histórias entranhadas em suas ladeiras, em seu povo e em sua memória.

• As Igrejas de Ouro Preto

A história de Ouro Preto tem início no século XVII e a presença de inúmeras igrejas espalhadas pela cidade denotam a forte dominação e influência do Catolicismo e o seu projeto de expansão por essas terras nos tempos do Brasil-Colônia. A marca da religiosidade é forte na cidade mineira até hoje, seja na fé do seu povo, seja nas obras de arte ou até mesmo por alguns festejos tradicionais que se perpetuam de geração em geração, reiterando a atmosfera religiosa.

Em muitas dessas igrejas, ainda acontecem normalmente as missas e celebrações católicas. Outras estão apenas abertas aos visitantes e o ideal é se informar antes sobre a cobrança ou não de uma taxa de visitação, para que o viajante possa se planejar financeiramente e não ser pego de surpresa.

Entre as principais igrejas de Ouro Preto estão: Matriz N. Sra. do Pilar (uma das referências do estilo Barroco – entrada paga); N. Sra. do Carmo (o projeto é de Manoel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho, e sua construção data de 1766 e 1772); N. Sra. do Rosário (sua construção teve início em 1785);  São Francisco de Assis (a mais famosa de Ouro Preto. Sua construção foi iniciada em 1766 e é considerada a obra-prima de Aleijadinho – entrada paga); Matriz N. Sra. da Conceição (construção data de 1727 a 1746. O projeto e a execução ficaram a cargo de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho e ambos estão enterrados na igreja); entre outras.

O ideal é tirar pelo menos dois dias para visitar tranquilamente as principais igrejas, levando-se em conta que andar pela cidade não é tão fácil quanto parece. Suas ladeiras são bastante íngremes e seus paralelepípedos são muito escorregadios. Conhecer Ouro Preto demanda tempo e disposição! E não pode faltar no pé um sapato confortável e na bolsa ou mochila uma garrafinha de água! 🙂

• Os casarões e ladeiras de Ouro Preto

Outro atrativo da cidade são seus casarões em estilo colonial, herança dos tempos de fundação de Ouro Preto. Para quem gosta de literatura e história, sugiro visitar a casa onde Tomás Antônio Gonzaga, autor das liras Marília de Dirceu, residiu durante muitos anos e a casa onde viveu também Cláudio Manoel da Costa, que, assim como Tomás Antônio Gonzaga, participou ativamente da Inconfidência Mineira.

• Antiguidades e artesanato em Pedra Sabão
  

Para quem gosta de arte e artesanato, Ouro Preto é conhecida por comercializar antiguidades e artigos em pedra sabão principalmente. Seja em pequenas feirinhas ou em lojinhas, o certo é que, em vários pontos da cidade, você encontrará um local que comercializa este tipo de produto. 🙂

• Páscoa em Ouro Preto, MG
  

Devido à forte influência do Catolicismo no imaginário da cidade, os festejos religiosos são os que mais se destacam em Ouro Preto. A poucos dias da Páscoa, deixo a dica para quem quer viajar no feriado. Na cidade acontece uma das mais tradicionais celebrações da Semana Santa no Brasil. Na Sexta-Feira da Paixão, a população se caracteriza de personagens bíblicos e pelas ruas da cidade encenam toda a trajetória de Cristo até a sua Crucificação. No Domingo de Páscoa, acontece uma procissão. A tradição data do século XVIII.

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