Caros jeguiantes, depois de um período de ausência justificada (estávamos viajando para uma das cidades mais adoráveis do Brasil), daremos início à série de posts sobre Bonito, no Mato Grosso do Sul, uma cidade, como já disse tantas vezes, cujo nome já é uma antecipação! É difícil escrever de tão longe, com o céu nublado, sem passarinhos cantando logo cedo, sem colocar a cabeça para fora da janela e ver casinhas em vez de prédios que escondem o horizonte. O que trouxe de Bonito, além de duas canequinhas da Estância Mimosa e doce de leite (hehehe), foi uma saudade que vai e volta como pequenas ondas, trazendo para beira lembranças. Lembranças de paisagens que nunca vi igual, do contato tão próximo com os animais, da sensação gostosa de me banhar em seus rios, balneários e cachoeiras e, principalmente, do contato com as pessoas de lá.Viagens sempre são melhores quando envolvem a criação de laços com pessoas. Nunca esqueço de umas palavras simples que a Lucia Malla um dia proferiu sobre a experiência de viajar. “You know… It’s all about people”.
Quando fomos convidados para conhecer Bonito, no Mato Grosso do Sul, através de parceria com o portal Bonito Web, com a agência de viagens Ygarapé Tour e com o COMTUR, que acreditaram em nosso trabalho de polinizar os leitores, despertando o interesse pelo destino (sim somos abelhas e levamos para quem nos lê nosso olhar sobre as cidades!), não imaginávamos que traríamos da viagem, além de recordações de dias solares e agradáveis, a lembrança de tantas pessoas que foram aparecendo ao longo dos dias e que tornaram esta experiência muito mais rica do que já estava fadada a ser. Para quem trabalha 100% em home office e que vive momentos dignos de monge, foi muito bom ter dias preenchidos por vozes e rostos diferentes.
Nesta viagem, conheci muita gente. Desde pessoas de várias partes do país, como Teresina, Vitória, Porto Alegre, Rio de Janeiro, com quem dividi aventuras, como descer corredeiras e cachoeirinhas em um bote ou fazer flutuação no Rio da Prata, a pessoas que nos acompanharam ao longo da viagem, como o brincalhão Boca, bonitense arretado e piadista, que me fez rir, conhecer as histórias da cidade e que nos deixou muita saudade; a nossa guia Cris, que largou a carreira de magistério para hoje ser os olhos de quem visita a cidade, uma pessoa de fibra e coragem; a doce e atenciosa Carina e a sorridente Bárbara (que se apaixonou pelo Jegueton), ambas representantes do Bonito Web, responsável por passeios inesquecíveis como o do Rio da Prata e o da Estância Mimosa; os divertidos Juca, Jack e as meninas da Ygarape Tour, agência de viagem pioneira no turismo em Bonito (com 18 anos de trajetória!) e que viabilizou, juntamente com o Bonito Web, a nossa ida à cidade. A Ygarape Tour foi a agência responsável pela organização e montagem de nosso roteiro, respeitando nossos horários e ritmos, como nos direcionar para passeios mais leves em nosso primeiro dia, para que não nos cansássemos, e depois sim partir para as atividades que envolvessem maior esforço físico. Este tipo de visão é o que denota a experiência da agência em seus anos de atividade. Aproveitei todos os passeios tranquilamente, sem me sentir em uma maratona!
Outras pessoas foram importantes nesta viagem também, como o Augusto Mariano e o Clayton Castilho, Secretário e Diretor de Turismo de Bonito respectivamente, que, em nome do COMTUR – Conselho Municipal de Turismo, viabilizaram toda a parte de transporte terrestre, desde o aeroporto de Campo Grande aos passeios, para que a trupe do Jeguiando pudesse conhecer com calma as atrações e pontos turísticos da cidade. Não posso esquecer do Seu Modesto, um senhorzinho de olhões azuis tranquilos, que dedicou toda a sua vida ao trabalho com a terra e que hoje cuida de um dos pontos turísticos de Bonito, o surpreendente Buraco das Araras. Seu Modesto, pessoalmente, fez a trilha conosco até o Buraco e, no percurso, nos contou histórias de sua infância, da relação com a terra, da alegria de hoje poder trabalhar ao lado da família e de preservar um dos pontos turísticos desta terra hoje tão querida por mim. Ao final do passeio, Seu Modesto ainda tocou um berrante e adicionou mais este momento às nossas lembranças.
Parabéns aos Bonitenses!
Nestes dias que vivenciei a rotina de Bonito, observei um ponto que merece ser destacado. Além do orgulho dos bonitenses de viver em uma terra tão rica em belezas naturais, pude ver o empenho dos habitantes da cidade em preservar aquilo que têm. Mais tarde publicarei um post totalmente dedicado à dinâmica da cidade, para que os turistas entendam como as coisas funcionam por lá. As ruas limpas, a luta por manter os rios cristalinos e longe de contaminação, o controle no fluxo de pessoas em cada destino denotam o cuidado de todos para que Bonito permaneça assim para muitas futuras gerações. Antes de qualquer coisa, um destino turístico é, em primeiro lugar, patrimônio dos que vivem nele. Muitas pessoas viajam e se recusam a se adaptar à realidade do lugar. Isso acontece muito e acontece sempre. As pessoas quando estão de férias, muitas vezes, esquecem que o mundo não pára. A rotina dos lugares continua e precisa ser respeitada. A cidade mato-grossense é pequena, com mais ou menos 18.000 habitantes e é interessante ver como todos se orgulham por lutar para que o crescimento da cidade seja lento e ordenado, para que a natureza seja respeitada e preservada, para que seus filhos e netos ainda consigam ter a oportunidade de se banhar em águas limpas e poderem avistar os animais que hoje ainda são avistados.
A consciência ecológica da população de Bonito não é discursiva, é vivência. A preocupação para que todos vivam também com dignidade na cidade também é algo a ser pontuado. Várias iniciativas são criadas para gerar renda para população, como cursos de capacitação por exemplo. Conheci, por exemplo, a Dona Zilda, uma senhorinha rainha do fuxico, que, com o trato com linhas e tecidos, tira sua subsistência do artesanato. O turismo em Bonito é importante, pois gera sustentabilidade econômica para a cidade, mas acima de tudo está a consciência de seus habitantes, que lutam para coibir qualquer forma predatória de turismo. Bonito é para se viver e voltar! Para guardar nas lembranças e para retornar! E é disso que os bonitenses cuidam! Para que todos voltem e que vejam a terra como nas lembranças que levaram em suas fotografias!
- Agradecimentos pelo convite: Ygarapé Tour; Bonito Web; Marruá Hotel; COMTUR – Conselho Municipal de Turismo – Bonito – MS
- Post: Janaína Calaça.
- Imagens: Erik Pzado.
Siga-nos no Twitter!
- Twitter do Jeguiando: http://twitter.com/jeguiando
- Twitter do Erik Pzado: http://twitter.com/pzado
- Twitter da Janaína Calaça: http://twitter.com/jana_calaca
Genteeeeee, ficou lindo o post. Amamos!!!! Obrigada pelo carinho!!!! Voltem quando quiserem, Bonito está de braços abertos para receber vcs! =)
Babi, minha querida, com certeza quero voltar para Bonito qnd vezes tiver oportunidade. Ainda há muito o que conhecer. Muitos passeios a fazer, muitas pessoas a encontrar e reencontrar. Bonito hj vive em mim como uma lembrança boa, de dias solares e felizes. Lembranças que me acompanharão!
Beijocas,
Jana.
[…] This post was mentioned on Twitter by jana_calaca, Jegueton, Bárbara Ferragini, Jegueton, jana_calaca and others. jana_calaca said: RT @bferragini: O @jeguiando já começou a série de posts sobre a visita a #BONITO http://jeguiando.com/2010/12/02/introducao-viagem/ […]
[…] Introdução da viagem ou “It’s all about people, you know” […]