Visitar o Fuerte Bulnes e o Puerto del Hambre é ter a oportunidade também de revisitar momentos históricos importantes para a Patagônia Chilena e principalmente poder conhecer o local que sofreu diversas tentativas de colonização (pelos espanhóis e posteriormente pelos chilenos) – as terras do Estreito de Magalhães – até, por fim, ser ocupada. A região que abriga o Fuerte Bulnes, o Puerto del Hambre e a Playa de Santa é o Parque Historia Patagonia, que ocupa 130 hectares de prados e bosques nativos da costa do Estreito de Magalhães. Localizado a apenas 60 km de Punta Arenas (cerca de uma 1 hora de carro), seu acesso se dá através da Ruta 9 sur e no caminho é possível avistar alguns navios naufragados ao longo da costa, que rendem belas fotografias para quem é interessado pelo assunto.


  • Parque Historia Patagonia – Fuerte Bulnes e Puerto del Hambre
Fuerte Bulnes. Patagõnia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagõnia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

A história da “descoberta” do Estreito de Magalhães e das tentativas de colonização e ocupação do território correspondente à Patagônia Chilena por parte dos espanhóis e posteriormente dos chilenos e imigrantes, tem início em 1520, quando o navegador espanhol Fernão de Magalhães, em uma expedição pela costa da Patagônia, “descobre” um canal de conexão para o Oceano Pacífico e para as Ilhas Molucas, além do estreito que, posteriormente, passou a levar seu nome – Estreito de Magalhães. O termo descoberta vem entre aspas porque antes mesmo das grandes navegações, da luta pela expansão dos territórios espanhóis, a Patagônia já era habitada por povos aborígenes nômades, logo atribuir a descoberta aos espanhóis faz parte do discurso dominante, que escreve a história oficial.

Fuerte Bulnes. Patagõnia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Pelas difíceis condições climáticas e pelo mar constantemente bravio, a rota descoberta é abandonada. O interesse pela mesma, no entanto, foi retomado após os espanhóis terem conhecimento da expedição inglesa enviada para saquear os portos, que pontuavam o Oceano Pacífico. Assim, em 1584, uma nova expedição é enviada pelos espanhóis, agora comandada pelo capitão Sarmiento de Gamboa, com a missão de ocupar e colonizar as terras que partiam do Estreito de Magalhães. Foi assim que a Cidade do Rei Dom Felipe foi fundada, mas a primeira tentativa de colonização foi frustrada novamente pelas difíceis condições climáticas da região. Como se trata de um território pouco propício ao plantio, os colonos dependiam do envio de víveres, que, ao final, não foram suficientes para evitar a morte dos mesmos por inanição. Mais tarde, o local foi batizado com o nome de Puerto del Hambre (Porto da Fome) pelo corsário inglês Thomas Cavendish.

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Pelas Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Em Puerto del Hambre hoje se encontra o Fuerte Bulnes, uma reconstrução histórica do primeiro forte, onde o Chile, em 1843, finalmente firmou o primeiro povoado patagônico e tomou posse do Estreito de Magalhães. A reconstrução do forte foi planejada para ser o mais fiel possível à construção original e abriga uma igreja, as casas dos capelões, estábulos e alguns elementos históricos como uma canoa construída pelos antigos povos indígenas patagônicos, por exemplo. Do forte, é possível avistar uma enorme faixa da Tierra del Fuego.

Defesa. Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Defesa. Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fé. Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

Fé. Fuerte Bulnes. Patagônia Chilena. Imagem: Janaína Calaça

  •  Playa de Santa Ana

Para viajar um pouco mais pela história do Estreito de Magalhães e da ocupação da Patagônia Chilena, não deixe de fazer a trilha para a Playa de Santa Ana, onde as primeiras expedições desembarcaram. A trilha é tranquila, salvo por alguns locais onde o terreno é bastante úmido e é preciso atenção na descida para não escorregar.

Trilha para Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Trilha para Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Trilha para Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Trilha para Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Da Playa de Santa, assim como do Fuerte Bulnes, é possível avistar tranquilamente uma enorme faixa pertencente à Tierra del Fuego. Assim como grande parte da Patagônia, a beleza da paisagem erma é de emocionar. Não há como ficar indiferente à beleza das formações rochosas, dos grandiosos maciços encobertos pela neve, pelos animais em liberdade e pelo mar a arrebentar na praia rochosa. Não há também como ficar indiferente ao silêncio que se faz presente no lugar e que nos convida, a todo tempo, a uma viagem para dentro de nós mesmos, uma verdadeira ego trip. Sentada em um tronco abandonado na praia, por breves momentos, pude apreciar a beleza daquele lugar, que hoje vive em mim entre minhas melhores memórias.

Na Playa de Santa Ana. Imagem: Jeguiando

Na Playa de Santa Ana. Imagem: Jeguiando

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

  • Dicas Importantes

Se em Punta Arenas, você já sente bastante frio, recomendo ir bem agasalhado para visitar o Parque Historia Patagonia, que engloba o Fuerte Bulnes e a Playa de Santa Ana. Lá, o vento patagônico se mostra em toda a sua força. Recomendo usar uma segunda pele térmica, uma blusa polar e um casaco quebra-vento. Não esqueça de um bom gorro para proteger as orelhas, um cachecol bem quente para proteger o pescoço e luvas nas mãos. Nos pés, preferencialmente, um tênis impermeável.

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Observações importantes: Por ser uma viagem internacional, é aconselhável fazer um seguro de viagem. Viajou para longe de casa, não deixe de fazer um seguro!

  • Outras informações:

– Como chegar: Seu acesso se dá através da Ruta 9 sur e está localizado a apenas 60 km de Punta Arenas (cerca de uma 1 hora de carro).

– Horário de Funcionamento:

De 15 de Abril a 31 de Maio: 10 às 17:00 (seg à sexta); 10 às 18:00 (Sáb, Dom. e Feriados);

De 01 de Junho a 31 de Julho: Das 10 às 17:00 (todos os dias);

De 01 de Agosto a 14 de Setembro: 10 às 17:00 (seg à sexta); 10 às 18:00 (Sáb, Dom. e Feriados);

De 15 de Setembro a 14 de Abril: Das 10 às 19:00 (todos os dias).

Última entrada: Sempre 30 minutos antes.

– Site oficial: www.phipa.cl

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Quer saber mais sobre a Patagônia Chilena e sobre o Chile em geral, acesse o site oficial do Turismo no Chile: http://www.chile.travel/ ou acompanhe as novidades através de sua fanpage: https://www.facebook.com/chiletravelguide

Fonte de pesquisa: Patagonia Chile, manual de destino.

  • Agradecimentos

Ao Turismo Chile, ao Servicio Nacional de Turismo de la Región de Magallanes y Antártica Chilena e à Cámara de Empresarios de Turismo Austro Chile pela oportunidade de conhecer a incrível Patagônia Chilena; a Jorge Guazzini e Pía Moya pela confiança em meu trabalho e por todo suporte e um agradecimento especial à minha querida Mari Campos.

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

Playa de Santa Ana. Imagem: Janaína Calaça

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Um comentário

  1. Como blogueiro de primeira viagem estou fazendo um tour pela blogosfera. Com o propósito de avaliar toda uma gama de situações tais como apresentação, recursos, linguagem, conteúdo, modelos entre outros parâmetros, cheguei até aqui. Avalio seu espaço como interessante, inteligente e criativo. Ressalto que voltarei com frequência a lhe visitar. Muito bom.
    Por agora, tomo a liberdade de solicitar sua visita em meu blog para, com sua experiência, colaborar com este aprendiz.
    Critique, dê sugestões e colabore. Suas pontuações serão bem-vindas.
    Novamente parabéns pelo seu espaço. Ajudou-me a pensar diferente.

    Sucesso sempre, foco contínuo.
    Forte abraço.

    agamenonplait.blogspot.com


 

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