Finalizando a série de posts relacionados ao I Workshop de Segurança Operacional promovido pela Gol Linhas Aéreas Inteligentes, hoje falaremos um bocadinho sobre a visita realizada ao Centro de Manutenção de Aeronaves (ou CMA) da empresa.

As atividades do dia foram iniciadas com o Voo didático entre Congonhas e Confins, em que foram dadas algumas orientações básicas sobre as inovações implantadas nas aeronaves já em atividade. Ouvimos também um pouquinho sobre tudo o que está para ser implantado em termos de inovações na operação da Gol Linhas Aéreas e sobre a chegada de novas aeronaves programadas para este ano.


Ao desembarcar em Confins, seguimos para o CMA de ônibus, já que o mesmo fica coladinho ao aeroporto. Lá, o grupo seguiu para – como brincou o Alberto Correnti, Diretor de Manutenção da Gol – o maior avião da companhia: o auditório de Confins.

Auditório em Confins, reciclado do carpete às poltronas. Imagem: Erik Pzado

Auditório em Confins, reciclado do carpete às poltronas. Imagem: Erik Pzado

  • Auditório do CMA, um exemplo de sustentabilidade

Com orgulho, durante a abertura da palestra de sua diretoria, Alberto Correnti evidenciou a preocupação da empresa no que diz respeito ao reaproveitamento inteligente de materiais, dando como exemplo a própria construção do auditório do CMA. O projeto do auditório envolveu peças já não apropriadas para o uso em aeronaves, como, por exemplo, os assentos já com “validade expirada” e que não deveriam mais ser utilizados para fins aeronáuticos; os carpetes que já foram utilizados a bordo da frota da empresa e madeira das caixas de equipamentos e peças para aeronaves, empregadas na construção do palco do auditório.

Contextualizando o uso racional destes recursos, que, em teoria, seriam tratados ordinariamente como sucata, a Gol conseguiu realizar a construção do auditório por uma fração do custo tradicional para um construção deste porte. Ponto positivo para a criatividade da equipe de interiores da diretoria de manutenção.

Alberto Correnti, Diretor de Manutenção. Imagem: Erik Pzado

Alberto Correnti, Diretor de Manutenção. Imagem: Erik Pzado

  • Foco em segurança e desdobramentos para o consumidor final

Além de destacar algumas intervenções sustentáveis aplicadas à empresa, como a reutilização de materiais e a apresentação, mais tarde, da estação de tratamento de resíduos da Gol, o foco da fala de Correnti foi direcionado principalmente à preocupação da companhia no que diz respeito à segurança. Tivemos acesso a indicadores que demonstraram o quão assertiva se mostrou a adoção do atual programa de manutenção executado pela empresa, que partiu da aderência à metodologia Full MSG-3 – que distribui o processo de manutenção das aeronaves, permitindo que elas permaneçam o menor tempo possível em hangar, aproveitando cada janela de tempo em solo para realizar um pedacinho das tarefas que normalmente seriam realizadas numa “revisão por Km”.

Neste programa, são aproveitadas pernoites em hangar – o turno de cada aeronave sem pausa pode ser de até no máximo 47 horas consecutivas – para realizar ajustes e manutenções preventivas, o que otimiza o tempo e evita que as aeronaves saiam de solo com peças desgastadas. A outra ação adotada pela empresa tange à atualização da frota, já que os novos modelos oferecidos pela Boeing possuem características operacionais mais econômicas. Para referência, a atualização da frota vem da substituição dos 737 Clássicos, que consumiam uma média anual de 45 dias de hangar para manutenção, para os modernos 737-800 SFP, que despendem menos de seis dias por ano em hangar para manutenção.

Para nós consumidores e viajantes, a leitura é um pouco diferente da técnica apresentada pela companhia. Se com essas ações eles conseguiram uma frota mais eficiente e segura, com operação otimizada, os custos operacionais tendem a cair, o que acaba refletindo também nas passagens ofertadas pela empresa! 😉 Acho que, justamente por isso, temos visto um grande número de promoções no setor.

  • Conhecendo as oficinas

Após a palestra do pessoal da diretoria de manutenção, seguimos para a visita aos hangares que compõem o complexo – a “cozinha”, como previamente sinalizou o presidente da companhia. Em nosso passeio, pudemos acessar as diversas áreas de manutenção das aeronaves, passando pelos setores de sinalização, interiores, manutenção de janelas, tapeçaria, pintura, mecânica e oficina de freios e borracharia.

Hangares da Gol em Confins. Imagem: Erik Pzado

Hangares da Gol em Confins. Imagem: Erik Pzado

Oficina de reparo de janelas. Imagem: Erik PZado

Oficina de reparo de janelas. Imagem: Erik PZado

Oficina de reparo de janelas: As janelas das aeronaves são, na verdade, um “sanduíche” de camadas de acrílico. As diferenças de temperatura entre voo e solo com o tempo causam erosão no material utilizado na fabricação das janelas, o que as deixam turvas. Nesta oficina, operada exclusivamente por mulheres (sim, elas, como todos sabem, possuem tato mais apurado e preciso), as janelas recebem um polimento que pode levar até 8 horas em execução. Para as janelas frontais da aeronave, o tempo pode ser ainda superior atingindo até mais que dois dias de trabalho. Obrigado a vocês funcionárias da oficina de reparo de janelas! Sem vocês o #Instagram teria muito menos fotos do céu. 😛

Oficina de painéis interiores. Imagem: Erik Pzado

Oficina de painéis interiores. Imagem: Erik Pzado

Oficina de painéis interiores: Nesta oficina, os painéis laterais das aeronaves recebem seu revestimento. As superfícies são aquecidas, coladas e, para que sejam devidamente fundidas, inseridas neste equipamento para que um forte vácuo elimine eventuais bolhas (comuns no processo manual). Uma curiosidade é que estes painéis laterais são feitos a partir das fibras de bananeira, sendo extremamente resistentes e leves ao mesmo tempo. 🙂

Oficina de tapeçaria. Imagem: Erik Pzado

Oficina de tapeçaria. Imagem: Erik Pzado

Oficina de tapeçaria: Toda a tapeçaria das aeronaves é produzida por uma equipe de hábeis costureiras, que se revezam no processo. São ao todo 183 assentos de aeronaves como o Boeing 737-800, assim como assentos de tripulação e carpetes.

Oficina de manutenção de assentos. Imagem: Erik Pzado

Oficina de manutenção de assentos. Imagem: Erik Pzado

Oficina de manutenção de assentos:  Com a quantidade de voos operados, não é raro que seja necessária uma área exclusiva para a manutenção dos assentos de aeronaves. Nesta oficina, são revisadas estruturas mecânicas e revestimentos dos assentos.

Hangar de pintura de aeronaves. Imagem: Erik Pzado

Hangar de pintura de aeronaves. Imagem: Erik Pzado

Hangar de pintura de aeronaves: Tivemos, nesta visita, a rara oportunidade de visualizar um 737 do jeitinho que veio ao mundo – sem pintura é claro! Nesse dia, a equipe da Gol estava realizando a remoção da pintura antiga desta aeronave e preparando o equipamento para receber uma nova roupinha ;-). Na mesma oficina também, foi realizada a pintura do avião utilizado pela seleção brasileira de futebol. Na foto, podemos ver todo o sistema de exaustão desse hangar, para que nenhum resíduo de pintura seja disperso na atmosfera sem o devido tratamento.

Laboratório de análise de água. Imagem: Erik Pzado

Laboratório de análise de água. Imagem: Erik Pzado

Laboratório de análise de água: Toda a água utilizada nas instalações do CMA é tratada antes de ser descartada para a companhia de saneamento mineira. Aqui, são realizados os tratamentos de purificação da água em escala para que sejam replicados na estação de tratamento da empresa.

Oficina de freios. Imagem: Erik Pzado

Oficina de freios. Imagem: Erik Pzado

Oficina de freios: Tudo que sobe, desce… E quando desce precisa parar, certo? Aqui vemos parte do conjunto responsável pela frenagem das aeronaves quando em solo. Além do famoso reverso, esses “carinhas” aqui são, na verdade, os grandes responsáveis pela parada segura dos aviões quando estão rodando pelas pistas. Esses enormes sanduíches de pastilhas e discos vão dentro dos trens de pouso traseiros e atuam de forma muito parecida com o que temos em carros de passeio, exceto, é claro, pela carga e pressão a qual são submetidos.

Magnaflux inspeção dos freios. Imagem: Erik Pzado

Magnaflux inspeção dos freios. Imagem: Erik Pzado

Por conta de toda essa pressão, adicionalmente, os elementos que compõem os freios dos trens de pouso recebem inspeção por banhos químicos e ultrassom para identificar eventuais fissuras e rupturas em seu material. Na foto acima, vemos um exemplo do processo realizado através de banhos químicos, em que são identificadas fissuras no material. A peça fotografa acima foi condenada e utilizada como exemplo de como funciona o processo de vistoria dos equipamentos.

Borracharia. Imagem: Erik Pzado

Borracharia. Imagem: Erik Pzado

Borracharia: Diferente das tradicionais borracharias que conhecemos, esta aqui não possui pôsteres de caráter “duvidoso” em suas paredes. 😉 Brincadeiras à parte, o pessoal aqui trabalha pesado já que em média cada aeronave precisa ter seus pneus substituídos a cada 200 voos, o que, nos moldes operacionais da Gol, equivale ao menos a uma troca mensal.

Adriano Guimarães, coordenador da Oficina de Interiores falando sobre a manutenção de fornos. Imagem: Erik Pzado

Adriano Guimarães, coordenador da Oficina de Interiores falando sobre a manutenção de fornos. Imagem: Erik Pzado

  • O que ficou dessa experiência?

A grandiosidade das instalações não poderia ser diferente dado ao tamanho do aviões, mas algo que tomou conta das atenções foi o carinho de todos os funcionários na execução de suas tarefas. Durante a visita, pudemos perceber que havia um clima geral de unidade – o que realmente nos surpreendeu. Ver o encantamento de todos desempenhando seu papel realmente nos fez lembrar do funcionamento de um relógio suíço, em que até mesmo a menor das engrenagens tem papel vital na operação do todo. Exemplo de que a correta implantação de processos, aliada à gestão e treinamento, fazem com que os funcionários da empresa entendam que, individualmente, cada um contribui para o funcionamento do “todo”. 😀

Integrantes do I Workshop de Segurança Operacional. Imagem: Erik Pzado

Integrantes do I Workshop de Segurança Operacional. Imagem: Semayat Oliveira

Chefes de cabine Sávio e Edson Roberto com Jegueton. Imagem: Erik Pzado

Chefes de cabine Sávio e Edson Roberto com Jegueton. Imagem: Erik Pzado

Integrantes do I Workshop de Segurança Operacional. Imagem: Erik Pzado

Integrantes do I Workshop de Segurança Operacional. Imagem: Erik Pzado

  • Agradecimentos

Agradecemos à equipe da Riot e à Gerência de Comunicação Corporativa da Gol pelo convite.

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7 Comentários

  1. Adriano L. Guimarães disse:

    Jana e Erik,
    Parabéns pela reportagem feita sobre o centro de manutenção da GOL em CNF, a abordagem que fizeram sobre a Oficina de Interiores ficou otima, vcs são espetaculares no que fazem.
    Sou o coordenador da Oficina e confesso que o dia junto de vcs e todos os participantes presentes no evento me foi de muito proveito, e é claro um abraço no Jeguim.

    • Adriano, muito obrigada pelas palavras de incentivo! Não há nada mais gratificante do que desenvolver um trabalho e ter feedbacks positivos sobre o que desenvolvemos! Muito obrigada mesmo!

      Um grande abraço da trupe e volte sempre!

      Jana, Erik e Jegueton.

    • Erik PZado disse:

      Adriano, veja se gostou da atualização que fizemos neste post? Mostramos ainda você na Oficina de manutenção de fornos 😀

      • Adriano L. Guimarães disse:

        Erik e Jana, como já havia dito, otimo o trabalho de vcs. Bom agora confesso que estou ainda mais lisongeado com o complememnto que fizeram, grato e boa viagem a vcs nos novos destinos.
        Grande abraço.

  2. Paulo Medeiros disse:

    Ola ! sou tapeceiro de interiores ha 6 anos
    em empresas de táxi aéreo, em toda a tapeçaria interna e gostaria de saber como
    que me candidato a uma Vaga de trabalho na Linhas Aéreas da Gol alguém pode me dar uma dica ,pois já tentei pelo site mais não aparece minha profissão …

    POR FAVOR !

  3. Diego disse:

    Show de reportagem, estou indo também mas me falaram que não pode fotografar, como conseguiu a autorização?


 

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