Viagens: deslocamentos e trocas culturais


Quando as malas estão prontas, o destino certo, as passagens compradas, qual seria seu principal objetivo em viajar? Relaxar, conhecer outras paisagens, provar novos sabores, tirar fotos, acumular lembranças, etc.? Viajar é um ato de  multiplicidade tão grande, que é difícil eleger apenas um motivo para fazê-lo. Os motivos são muitos, mas será que também entendemos que viajar também engloba mais que a idéia de um deslocamento puro e simples?

Ao visitarmos cidades dentro do nosso próprio país e cidades em território estrangeiro, nunca podemos perder de vista que, apesar de compartilharmos certas semelhanças, afinal a globalização tratou de homogeneizar alguns pontos, ainda assim cada lugar guarda suas particularidades, suas singularidades, que devem ser compreendidas, dentro dos limites culturais de cada um, e, sem exceção, sempre respeitadas.

De cada lugar, há algo para ser apreendido. Oswald de Andrade já dizia que “só a antropofagia nos une”, ou seja, só  a nossa capacidade de devorarmos o outro (no sentido metafórico), de interiorizarmos alguns pontos e levarmos para a vida nos une. É neste processo de devoramento, em que nós devoramos o outro e os mesmos nos devoram, que se dão as trocas culturais, o enriquecimento, o câmbio. Viajar envolve estar aberto para as trocas, para as interações. Algumas pessoas, afogadas até o nariz no consumismo, preocupam-se muito mais em correrem atrás de melhores preços nas lojas de marca e nos Free Shops da vida, do que encararem a viagem como um processo de aprendizagem,  oportunidade sempre única, um privilégio até, eu diria. Não entender a importância deste momento é não entender o significado do que é viajar realmente.

Há muito o que aprender na história dos lugares, detalhes que não aparecem na História Oficial, mas que você ganhará em conversas informais. Há muito o que aprender com o sabor dos pratos e entender que os mesmos não partiram do nada, mas carregam em si um mundo de significados. Não podemos adentrar cidades, países, com a postura soberba de que nada temos a aprender com estas experiências. Levando-se em conta a troca que viajar sempre abre portas, ler um pouco sobre a história do lugar antes, aprender um pouco dos costumes, aprender o básico da língua do outro (em caso de viagens internacionais), te tornará um viajante que cometerá menos gafes e que mostrará ao outro uma abertura para as trocas sejam feitas. Não há nada mais triste do que ver um indivíduo tentando impôr sua cultura, sua língua ao outro, sem que haja um esforço mínimo para a compreensão das diferenças existentes. Vivemos em um mundo plural e que deve ser interpretado como tal. Apesar de, infelizmente, fazermos parte da geração coca-cola e Mc Donald’s, que a tudo tenta padronizar, é necessário não perder de vista que nem tudo pode ser encarado como garrafas padronizadas com seus rótulos.

Enfim, viajar é uma experiência enriquecedora e, quando nos conscientizarmos do seu papel de intercâmbio cultural, aprenderemos mais e incorporaremos estas outras realidades à nossa para toda vida.

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